Publicado em: 13 mar 2020

HU de João Pessoa realiza ações no mês de conscientização da disfagia

Sintomas como tosse e engasgo, durante ou logo após as refeições, às vezes passam despercebidos, no entanto podem ser sinais de uma doença muito comum entre parte da população: a disfagia. Ainda pouco conhecida até mesmo por profissionais de saúde, a condição pode afetar 60% dos idosos e acomete principalmente pessoas com doenças neurológicas ou que sofreram trauma.

Para orientar usuários e trabalhadores da saúde sobre as formas de prevenção, diagnóstico e tratamento, o Hospital Universitário Lauro Wanderley, da Universidade Federal da Paraíba e vinculado à Rede Ebserh, vai iniciar uma série de ações educativas na próxima terça-feira (17), em alusão ao Dia de Atenção à Disfagia, comemorado em 20 de março. A iniciativa é da equipe de fonoaudiologia da Unidade de Reabilitação do HULW. 

O primeiro momento vai acontecer no hall dos elevadores, no térreo da unidade, durante o turno da manhã. Haverá distribuição de panfletos, orientações com os fonoaudiólogos do hospital, exibição de vídeos educativos, e demonstração do espessante (pode ser utilizado para favorecer a deglutição segura dos pacientes).

Já nos dias 18, 19 e 20 deste mês, os fonoaudiólogos vão visitar setores de internação do hospital, como Clínica Médica A e B. “Nesse caso, a ação é voltada para funcionários, residentes médicos e multiprofissionais, a fim de divulgar a disfagia e falar sobre os procedimentos realizados no HU”, disse a fonoaudióloga Keila Maruze.

Keila explica que a disfagia é um transtorno de deglutição que prejudica o transporte – da boca até o estômago – do bolo alimentar, da saliva, e de líquidos e secreções. Os principais sinais de alerta são tosse, engasgos, pigarro e voz molhada (quando a voz fica diferente), sintomas apresentados durante ou após a alimentação. “Esses podem ser indícios de que o alimento está adentrando a via aérea. Chamam a atenção também pessoas que demoram muito a engolir os alimentos. É importante procurar ajuda”, informou.

Tratamento adequado pode levar à cura

O diagnóstico precoce é fundamental para que o paciente não desenvolva consequências como desnutrição, desidratação, pneumonia, nos casos mais extremos, a morte. “Se não for tratada a tempo e adequadamente, os pacientes podem desenvolver várias complicações, podendo chegar ao óbito”, destacou a fonoaudióloga Keila Maruze.

Para identificar a doença, é feita uma avaliação das estruturas orais, faríngeas e laríngeas, e avaliação funcional realizada a partir da ingestão de alimentos pelo paciente para saber a capacidade do indivíduo e verificar se há eficácia e segurança na deglutição. Já o tratamento é feito com base em exercícios, manobras e adoção de mudança na consistência alimentar.

Keila Maruze diz que a cura está relacionada à patologia de base, ou seja, que ocasionou a disfagia. “Se a causa não estiver ligada à uma doença progressiva, há chances de reabilitação e cura. Se for, haverá apenas controle e até certo tempo”, esclarece. 

Além do quadro sintomático já citado, dificuldade de mastigação, ausência de deglutição e regurgitação nasal podem ser sinais da disfagia. Muito comum em idosos e em pessoas com problemas neurológicos ou que sofreram trauma, a doença ainda é pouco conhecida da população. Segundo estudos, estima-se que a doença atinge oito em cada 10 pacientes com Parkinson e dois terços de pessoas com diagnóstico de Alzheimer.

Serviço no HULW

O Hospital Universitário Lauro Wanderley oferece acompanhamento para usuários diagnosticados com disfagia, tanto oriundos do ambulatório do HULW quanto pacientes que se encontram internados na unidade. Quando recebem alta, caso tenham indicação de continuidade de tratamento mesmo após a internação, a equipe de fonoaudiologia presta todo o acompanhamento a esses pacientes.  

A equipe conta com 11 fonoaudiólogos atendendo demandas de ambulatório adulto e infantil, além de enfermarias e Unidades de Terapia Intensiva Adulto, Pediátrica e Neonatal. “A demanda é alta principalmente nos ambulatórios, mas conseguimos acompanhar os nossos pacientes no tratamento da disfagia”, afirma Keila Maruze. O fonoaudiólogo atua nos diagnósticos de transtornos orais e faríngeos, sendo responsável pela avaliação, diagnóstico e tratamento desse tipo de condição. Se for disfagia esofágica, os cuidados passam a ser de responsabilidade do médico.

Sobre a Ebserh     

O Hospital Universitário Lauro Wanderley da Universidade Federal da Paraíba (HULW-UFPB) integra a Rede Ebserh desde dezembro de 2013. Estatal vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) administra atualmente 40 hospitais universitários federais.

O objetivo é, em parceria com as universidades, aperfeiçoar os serviços de atendimento à população, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), e promover o ensino e a pesquisa nas unidades filiadas.

A empresa, criada em dezembro de 2011, também é responsável pela gestão do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf), que contempla ações em todas as unidades existentes no país, incluindo as não filiadas à Ebserh.​




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