Publicado em: 1 jul 2015

Transsexual que encenou crucificação processa Feliciano por dano moral

A atriz e modelo transexual Viviany Beleboni entrou com um processo de indenização por dano moral contra o deputado federal e pastor Marco Feliciano (PSC-SP). Viviany foi criticada por Feliciano na Câmara dos Deputados após encenar a própria crucificação durante a 19ª Parada do Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) de São Paulo, no dia 7 de junho.

Em seu perfil no Facebook, Feliciano publicou naquele dia uma crítica à manifestação de Viviany na Parada. A modelo se caracterizou como Jesus Cristo crucificado e com a frase “Basta de homofobia com GLBTs”. “Isto pode? Esta blasfêmia pode? Profanar nossa fé pode? Debochar de símbolos sagrados publicamente pode? CRISTOFOBIA”, declarou o deputado.

Três dias depois, Feliciano foi um dos parlamentares da bancada evangélica que ostentou no plenário da Câmara uma faixa contra a utilização de símbolos religiosos cristãos na Parada Gay, além de atacar eventos como a Marcha das Vadias e a Marcha das Maconhas. “Patrocinadas com dinheiro público. Você é a favor disso?”, dizia a faixa. A foto de Viviany como Jesus Cristo foi uma das imagens usadas no manifesto.

Por conta dos ataques, Viviany e sua advogada, Cristiane Leandro de Novais entraram com ação de indenização na 1ª Vara Cível do Fórum João Mendes Júnior (SP), no último dia 23 de junho. Ela pede o valor de R$ 788 mil como retratação aos danos.

Em artigo, a transexual detalhou os protestos contra ela após o evento. “Alguns pastores compartilharam minha imagem colocando-a ao lado de outras fora do contexto da Parada Gay deste ano, fazendo lavagem cerebral sobre o protesto que era de amor e respeito. Garanto que nunca quis ferir nenhuma religião, mas sei que há quem se aproveite da educação precária de nosso país para fazer distorções a seu favor. Mesmo que tivesse representado Jesus, qual seria o problema?”

A reportagem do UOL tentou entrar em contato com Viviany, a advogada Cristiane Leandro de Novais e o pastor Marco Feliciano, mas não conseguiu retorno.

Com Uol 



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