Publicado em: 14 maio 2020

Sindicato dos jornalistas repudia declaração de Roberto Cavalcanti contra profissionais de imprensa e denuncia falta EPIs na empresa

Em comunicado, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais da Paraíba manifestou repúdio ao posicionamento de Cavalcanti e prometeu “medidas cabíveis”. O texto citou demissões no conglomerado e afirmou também que os profissionais do Sistema Correio de Comunicação não contam com equipamentos de proteção individual (EPIs) para trabalhar durante a pandemia.

Confira na íntegra a nota de repúdio:

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais da Paraíba, filiado à FENAJ, vem a público repudiar as declarações do ex-senador e empresário do Sistema Correio, Roberto Cavalcanti, durante programa na Rádio 98 FM, que faz parte do conglomerado de comunicação.

Em um momento no qual a imprensa brasileira vem sofrendo diversos ataques durante a cobertura da pandemia do coronavírus, agressões verbais e até mesmo físicas, o ex-senador afirma que jornalistas e radialistas que noticiam as mortes pela covid-19 deveriam ser apedrejados na rua. A declaração, além de chocante, causa repulsa na categoria, que foi considerada como serviço essencial durante a pandemia e continua trabalhando em seus postos normalmente.

Nem mesmo as funções com possibilidade de trabalho remoto foram liberadas para tal. Outro agravante é a falta de equipamentos de proteção individual como máscaras em diversos desses locais do Sistema Correio, onde os onde os trabalhadores estão expostos e, com isso, já foram identificadas pelo menos cinco infecções pelo vírus. Agrega-se a essa situação que por si só já define o pensamento do Sr. Roberto Cavalcanti acerca dos trabalhadores que emprega o fato de ter extinguido, em plena pandemia, o jornal impresso Correio da Paraíba, deixando 38 jornalistas desempregados e sem perspectiva.

Porém, a atitude, apesar de grave, não surpreende, pois o Sistema Correio, do qual o Sr. Roberto Cavalcanti é empresário, há anos vem se negando a negociar reajustes para a categoria e, na primeira oportunidade de flexibilização de direitos, realizou uma demissão em massa mesmo em um momento no qual a proteção ao trabalhador deveria ser prioridade.

Repudiamos esse tipo de postura de qualquer pessoa, especialmente no que se refere a um empresário da área de comunicação. Tomaremos todas as medidas cabíveis para reparar a categoria em relação a essa declaração infeliz.




Acompanhe as notícias do Portal do Litoral PB pelas redes sociais: Facebook e Twitter

O que achou? Comente...