Publicado em: 28 maio 2014

PERDOA-ME POR ME TRAÍRES

O título acima faz referência a uma obra escrita em 1957 por Nelson Rodrigues que propõe vários temas: paixão, desejos inconfessados, traição, numa trama densa, provocativa e emocionante. O texto abaixo que faço questão de tratar, diz respeito a promíscua política paraibana na base do “toma lá dá cá“, onde a regra é trair e se fazer de amigo na eleição seguinte. Trato da infidelidade, onde todos os infiéis se atraem no sentido antropofágico, como quem faz qualquer tipo de cachorrada e os eleitores sempre ficam condenados a engolir qualquer acordo de última hora.  Está no DNA que nos faz geneticamente marcados a sermos eternamente traidores?

Essa é a tese do cientista inglês, Robert Winston, em “O Instinto Humano”. 

Na política é assim também. Os infiéis se atraem. Essa atração é levada pela força incoercível de um instinto político ancestral que faz no dia a dia, essa busca incessante por novas parceiras para nelas depositar suas cargas políticas degradantes. Será que “fulano” traiu seus princípios e sua história política familiar de fidelidade ou não passa de uma infidelidade oportunista? essa é a pergunta que não quer calar.

Políticos infiéis, no fundo, não sabem o que fazem ou então sabem demais que não conseguem enxergar os desdobramentos futuros de suas atitudes a longo prazo. Quase 100% pagaram caro, historicamente falando, pois o povo jamais perdoa qualquer tipo de traição.

O político infiel, em sua maioria é criado com a complacência da mídia, idealizado. Ele existe nos discursos de campanha e só. Não passa de uma imagem que dá a falsa impressão de possuir três dimensões da democracia. O infiel na política não tem consistência nem consciência social, por ser fruto de campanha de marketing. Os infiéis jamais foram forjados na luta diária da vida real, cheia de restrições. Mesmo escolhidos pelo povo trabalham nitidamente contra os interesses do eleitor, que apesar do brilho intenso que conseguem diante da mídia, não conseguem nunca mais ter luz própria.

 

E o povo que sifú!




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