Publicado em: 30 dez 2021

Penitenciária Sílvio Porto disponibiliza ateliê para reeducandos aprenderem técnicas de artesanato

A partir de fevereiro, a Penitenciária Desembargador Sílvio Porto, em João Pessoa, disponibilizará para os reeducandos um ateliê para produção de artesanato e outras boas práticas, onde serão desenvolvidas oficinas de diversas tipologias, a exemplo do macramê, peças em argila e tecidos, entre outras, além do cultivo de horas orgânicas e cultivo de plantas em miniatura.

Entre os projetos de ressocialização nos presídios, o artesanato tem ganhado força com uma boa aceitação entre os reeducandos, que aproveitam a oferta das oficinas para aprenderem uma profissão. Nessa quarta-feira (29), ocorreu a entrega de certificados da oficina de macramê a integrantes da população LGBTQIA+ que cumprem pena no presídio Sílvio Porto. Elas concluíram a primeira etapa da oficina de macramê, técnica de habilidades manuais originária da Turquia. O próximo passo será a inscrição no cadastro nacional para validação dessas habilidades e consequente acesso à carteira de artesã.

Na ocasião, o secretário de Administração Penitenciária, Sérgio Fonseca, destacou que as pessoas que cumprem pena perdem o direito à liberdade, porém o estado deve garantir, preservar os demais direitos e investir em projetos de ressocialização, uma das metas prioritárias do Governo. “Essa vitória, a liberdade, vai chegar para vocês um dia e vocês devem estar preparadas para poder sair e dominar uma técnica como esta e outras habilidades que vocês terão a oportunidade de aprender. O grande objetivo do Governo, através da Seap, é fazer com que todas as pessoas que cumprem pena alcancem a ressocialização, retornem à sociedade com dignidade e uma profissão e o artesanato é uma das atividades laborais que tem recebido investimentos”, pontuou.

O gerente de Ressocialização da Seap, João Sitônio Rosas, adiantou que os trabalhos em macramê estarão expostos no 33° Salão do Artesanato Paraibano, que será realizado de 12 de janeiro a 6 de fevereiro, na orla de Cabo Branco, em João Pessoa. “Essas ações aumentam a oferta de atividades laborais e oportunizando a reinserção social dessas pessoas”, afirmou, acrescentando que a arte em macramê é muito valorizada no Brasil e no Mundo.

A oficina teve como instrutora a psicóloga Gianna Carla de Miranda Fonseca. “É muito satisfatório a gente ver o crescimento delas através da arte, esta descoberta interior, o prazer em identificar a criatividade que existe dentro delas e tendo isto como oportunidade de se profissionalizar. Todas foram se descobrindo, criando peças novas, pegar um cordão, um fio e de repente transformar em arte. Eu fico feliz com este resultado”, ressaltou.

O diretor do presídio Sílvio Porto, Gilberto Rio, e o vice-diretor, Ivan Gonçalves, também participaram da entrega dos certificados e transmitiram às reeducandas palavras de incentivo e orientações no sentido de abraçarem as oportunidades que o Estado oferece nas áreas de educação e trabalho e que visam reintegrar pessoas na sociedade.

Ateliê – De acordo com o secretário de Administração Penitenciária, Sérgio Fonseca, no ateliê os reeducandos desenvolverão a técnica macramê para confeccionar suportes para plantas; aprenderão a fazer jarros artesanais em argila. A oficina de sandálias já existente no Sílvio Porto passará a funcionar no ateliê, inclusive com marca própria e valor agregado. O ambiente também terá máquinas de costura.

Sérgio Fonseca adiantou que o projeto do ateliê funcionará dialogando com experiências de artesanato em outras unidades prisionais, a exemplo da arte de produzir panelas em argila, que virá da experiência recente vivenciada por reeducandos da cadeia de Pombal. Os apenados também contarão com oficinas sobre hortas orgânicas e cultivo de plantas em miniaturas.

Dentro das ações de ressocialização, na Penitenciária Sílvio Porto funciona a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio “Graciliano Ramos” onde há biblioteca, alfabetização, remição da pena pela leitura e resenha de livros, preparação para o Enem para Pessoas Privadas de Liberdade, além de outras atividades como aulas de música e canto.




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