Publicado em: 17 jan 2014

O que há em comum entre os “rolezinhos” de São Paulo” e o “movimento das quarta-feiras” na Paraíba?

Ano passado em um dos shoppings de João Pessoa, houve choque entre jovens, seguranças e policiais, prisões e muita confusão, quando jovens da classe média baixa decidiram reunirem-se nas quarta-feiras dentro de um shopping no centro da cidade, com objetivo de puxar um grito de guerra contra as modificações feitas na segurança do shopping, onde jovens estavam sendo barrados por causa de seus trajes e vestimentas na porta do shopping. Segundo matérias divulgadas pela imprensa na época, seguranças usando detectores de metais, não permitiam a entrada de jovens com shorts curtos bermudas, óculos de sol e bonés. Causando revolta na população jovem de baixa renda.

Recentemente, ganhou repercussão nacional os encontros de jovens da classe média baixa de São Paulo em shoppings, conhecidos por “rolezinhos”.  Os organizadores dos “rolezinhos” garantem que seus encontros têm como objetivo um grito pelo lazer, e não tem nenhuma intenção fora da lei. Porém os shoppings são contra essas aglomerações e lojistas fecham suas lojas com medo de saque e tumultos. E a policia utiliza bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os jovens.

Mas o que esses dois movimentos tem em comum?

Os dois casos caracterizam jovens reprimidos por acesso a lazer e com grande capacidade de mobilização através das redes sociais. São movimentos populares a favor da inclusão social e contra o preconceito e discriminação com jovens de classe média baixa. É a classe mais desfavorecida da sociedade, gritando mais uma vez, por acesso igualitário e inclusão social.

Esses chamados “rolezinhos” sempre ocorreram nos grandes shoppings da Paraíba e do Brasil, só que com uma diferença, esses encontros são formados por jovens da classe média alta, que vão aos shoppings para se encontrar outros amigos endinheirados, e gastam fortunas nas lojas do centro comercial. Os jovens da classe média baixa querem também ter acesso a essa realidade social, querem possuir tablets, iphones, e se encontrar com seus amigos, querem ocupar espaços onde sentem que sua presença é negada. Só que ao invés disso, seus encontros terminam em prisões, bomba de gás, balas de borrachas, disparadas pelos seguranças e policiais, velhos conhecidos desses jovens.

Será mesmo que a classe média baixa só pode ter acesso aos shoppings para trabalhar como faxineiros, vendedores, segurança, motoristas, cozinheiros? Neste nosso mundo capitalista, desigual e preconceituoso, sim.

Está na hora do poder publico discutir a cidade. Discutir novas formas de inclusão social e espaços públicos para que as pessoas possam ter acesso ao lazer.

Uma charge publicada pela Folha de São Paulo explica bem essa situação.

 

angeli

**Paulo Henrique 

Professor, Mestre em Relações Internacionais e Bacharel em Economia.

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