Publicado em: 23 nov 2020

Músicos relembram trajetória da Orquestra Sinfônica da Paraíba no Painel Funesc desta terça-feira

A história da Orquestra Sinfônica da Paraíba, declarada Patrimônio Histórico e Cultural do Estado, no ano passado, pela lei 11.330, será contada na edição desta terça-feira (24) do Painel Funesc, realizado pela Fundação Espaço Cultural da Paraíba. A transmissão ao vivo será a partir das 19h, via YouTube (youtube.com/funescpbgov), com mediação do maestro Luiz Carlos Durier, regente titular da Orquestra Sinfônica da Paraíba e da Orquestra Sinfônica Jovem da Paraíba.

Os convidados são os músicos argentinos Carlos Rieiro e Gustavo de Paco de Gea, que atuam na Paraíba há 42 anos e são testemunhas da trajetória da orquestra paraibana depois da sua reestruturação, no final dos anos 1970. O tema deste Painel Funesc será “Os caminhos da música na Paraíba e a história da OSPB – fronteiras e diálogos”.

A Orquestra Sinfônica da Paraíba foi fundada em 1945 por integrantes da Sociedade de Cultura da Paraíba, liderada pelo professor Afonso Pereira da Silva. Atuou por mais de 20 anos, até que, na segunda metade da década de 1960, por falta de estrutura e apoio, chegou a interromper suas atividades, que foi retomada em 1979, a partir de um convênio entre a orquestra, que já integrava o governo estadual, e a Universidade Federal da Paraíba. Na segunda metade da década de 1980, sob a direção artística e regência do maestro Eleazar de Carvalho, a OSPB foi incluída entre as melhores orquestras sinfônicas do País.

Toda essa história de dificuldades e conquistas será relembrada no Painel Funesc. “Essa é uma excelente iniciativa da OSPB”, disse o professor Carlos Rieiro. “Sempre digo que a história deve ser contada por aquele que a vivenciou. Com Gustavo tivemos a honra de participar ativamente da história da nova Orquestra Sinfônica da Paraíba e teremos a maior honra e felicidade de contar para todos como surgiu essa orquestra que chegou a ser a melhor do País”, completou.

O professor Gustavo de Paco de Gea também destacou a importância dessa ideia de contar a história da orquestra paraibana. “A iniciativa de fazer essa live, que destaca o início da história mais moderna da Orquestra Sinfônica da Paraíba e da minha trajetória musical, me causa muita satisfação”. Ele considera esse convite como mais uma homenagem ao seu trabalho com a música no Estado. “Em 2018 houve uma homenagem muito bonita dos meus alunos da universidade, pelos 40 anos como professor. No ano passado, recebi outra homenagem pelos 40 anos da criação do departamento de música da UFPB, que nós também participamos. Uma homenagem grande pra mim por ser o único professor daquela primeira turma de professores que ainda está em atividade. Agora vem essa live da Orquestra Sinfônica, que é uma homenagem também pra nós que começamos com muita emoção aqueles dias”, contou.

“Esta live agora é especial, porque nós temos muito carinho pela orquestra”, continuou. “Eu, no meu caso, nunca me senti fora da orquestra. Nós tivemos que sair em 2012, mas tentei continuar em contato, fazendo concertos, tocando, ajudando naipe, porque é coisa da gente, uma criação nossa. Eu considerava que não era justo eu ficar de fora de uma entidade que eu tinha recebido tanta satisfação em tomar parte da criação dela. No ano passado, eu fiz questão de tocar com a orquestra, um concerto popular na igreja, que me deu uma satisfação enorme”, finalizou.

O maestro Durier ressaltou também a satisfação em fazer a mediação nessa live do Painel Funesc sobre a orquestra sinfônica paraibana, suas personagens e as pessoas que colaboraram para que ela exista e continue existindo. “É um grande desafio e uma grande novidade fazer um trabalho diferente do que eu costumo fazer que é reger a orquestra. Dessa vez nós vamos estar debatendo, relembrando e enaltecendo a trajetória da Orquestra Sinfônica da Paraíba. Vai ser uma grande surpresa pra todos nós”, comemorou.

Convidados

Carlos Rieiro – Nasceu em Buenos Aires, Argentina, onde se formou no Conservatório Municipal. Realizou cursos de aperfeiçoamento com Martin Tow, Jost Michaels e Richard Stolzmann. Bolsista da Fundação Bariloche, ganhou vários concursos para jovens solistas, destacando o da Radio Nacional, Secretaria da Cultura e Camerata Bariloche. Integrou o Trio Ars musicae, que ganhou vários prêmios nacionais e internacionais.

É professor adjunto aposentado da Universidade Federal da Paraíba (1978 – 2013), onde formou parte da equipe de professores responsáveis pela criação do Departamento de Música e a implantação do Bacharelado. Rieiro foi clarinete solista da Orquestra Sinfônica da Paraíba (1980-2012), integrante fundador do Quinteto Latinoamericano de Sopros e  primer clarinete da Orquestra de Câmera da UFPB.

Participou como professor convidado de vários festivais nacionais e internacionais,  entre eles: Campos de Jordão, de Inverno de Londrina, Gramado, Garahums, Encontro de Orquestras Jovens de Tatuí, Curitiba, Itú,Belém do Pará, Eleazar de Carvalho de Fortaleza, Campina Grande, João Pessoa, Virtuosi de Pernambuco, Fábrica de Música de Pernambuco, Encontro de Sopros do Nordeste – Pernambuco, entre outros.

Participou do corpo de professores de vários projetos junto à Funarte, Sonora Brasil do Sesc, Sulamérica e “Música na estrada”. Como solista, Carlos Rieiro apresentou-se com destacados maestros, entre eles: Eleazar de Carvalho, David Machado, Mario Tavares, Alex Klein, Carlos Veiga, Simon Blech, Mario Bencecry, Wolfgang Groth, Arlindo Teixeira, Marcos Arakaki, Elena Herrera, Miguel Ghilardi, Alfonso Stagno, Rodrigues Faure eLutero Rodrigues.

Foi diretor executivo da Orquestra Sinfônica da Paraíba de 1997 a 2007 e desde outubro de 2014 ocupa o cargo de professor de clarinete da Escola Estadual de Música Anthenor Navarro.

Gustavo de Paco de Gea  Natural de Buenos Aires, Argentina, graduou-se pelo Conservatório Juan José Castro. Após trabalhar alguns anos como docente e flautista nas orquestras argentinas, sendo discípulo do professor Alfredo Iannelli, foi convidado pela Universidade Federal da Paraíba para ser professor, onde ensina até hoje no Curso do Bacharelado Superior.

Trabalhando na UFPB desde 1978, foi membro fundador do Quinteto Latinoamericano de Sopros, apresentando-se em todo o país e no exterior com esse grupo camerístico.

Detentor de vários prêmios nacionais e internacionais, Gustavo de Paco de Gea tem se apresentado nos mais importantes festivais do Brasil, sendo membro fundador e primeiro flautista da Orquestra Sinfônica da Paraíba desde 1980. Dedica especial atenção à divulgação da música nordestina nos países da América do Sul.

Desde 1985, é primeiro flautista da Orquestra Sinfônica do Recife (PE), desenvolvendo intenso trabalho na área da música sinfônica também em outras orquestras do país.

Foi professor de flauta convidado no Centro de Criatividade Musical de Recife em 1996 e 1997 e assumiu nesse ano a preparação dos sopros na Orquestra Infantil do Estado da Paraíba. É regente de orquestra desde 2001, tendo sido o criador nesse ano da Orquestra de Câmara Municipal de João Pessoa, envolvendo jovens talentosos da região. Nesse organismo foi diretor artístico e regente titular até 2010.

Foi convidado para reger diversas orquestras, como a Orquestra Sinfônica da Paraíba, a Orquestra Sinfônica do Recife, a Orquestra Sinfônica Jovem da Paraíba e a Orquestra Sinfônica de Goiânia (GO).

Em 2012 foi nomeado maestro e diretor artístico da Orquestra Criança Cidadã, em Recife, tendo regido esse organismo juvenil em salas de importância nas cidades de Recife, Brasília (DF) e Kassel (Alemanha).

Em 2014, aceita o convite da Prefeitura Municipal de João Pessoa, para ser maestro assistente da nova Orquestra Sinfônica Municipal.

Foi designado em 2013, para reger o Concerto de Estreia da Orquestra Sinfônica da Universidade Federal da Paraíba (OSUFPB), regendo desde então recorrentemente esse organismo como maestro convidado.

Mediador

Luiz Carlos Durier – Paraibano de João Pessoa, Durier é o regente titular da Orquestra Sinfônica Jovem da Paraíba (OSJPB) há 22 anos. Em setembro de 2013 foi nomeado diretor artístico e regente titular da Orquestra Sinfônica da Paraíba (OSPB). No ano de 2012, o maestro recebeu a Comenda de Honra ao Mérito, pelo desempenho profissional frente a OSPB.

Entre suas atividades, conduziu a OSPB na gravação ao vivo do CD da cantora Marinês e sua Gente e do DVD Sivuca e os Músicos Paraibanos. Com a OSPB e a OSJPB, esteve à frente de concertos com artistas populares como Ângela Rô Rô, Arnaldo Antunes, Tico Santa Cruz e Renato Rocha (Detonautas), Flávio José, Genival Lacerda, Alcione, Toninho Ferragutti, Geraldo Azevedo e Dominguinhos.

Por cinco anos consecutivos, Luiz Carlos Durier regeu a Orquestra Sinfônica da Paraíba e a Orquestra Sinfônica Jovem da Paraíba em concertos comemorativos ao aniversário da cidade de João Pessoa junto a artistas brasileiros. No dia 5 de agosto de 2015, as orquestras paraibanas apresentaram concerto na inauguração do Teatro Pedra do Reino, no Centro de Convenções de João Pessoa, com a participação da cantora carioca Zélia Duncan.

No ano seguinte, a apresentação teve como destaque o cantor e compositor paraibano Zé Ramalho; em 2017, as atrações foram as cantoras paraibanas Cátia de França e Nathalia Bellar; em 2018, o também paraibano Chico César foi o destaque, e no ano passado, o concerto em homenagem à cidade de João Pessoa foi realizado na Praça do Povo do Espaço Cultural, seguido pelo show da banda Paralamas do Sucesso.

SERVIÇO:

Painel Funesc

Terça-feira – 24/11 – 19h

Tema: “Os caminhos da música na Paraíba e a história da OSPB – fronteiras e diálogos”

Convidados: Carlos Rieiro e Gustavo de Paco de Gea

Mediação: Luiz Carlos Durier

Transmissão: YouTube Funesc




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