Índios dizem que não vão deixar área em Alhandra e estão prontos para o confronto
Cerca de 100 índios da nação Tabajara, que estão acampados no assentamento João Gomes, na grande Mucaru, em Alhandra, anunciaram que não vão deixar a área enquanto a prefeitura do município não desistir de implantar uma fábrica de cimento no local. “Nós estamos prontos para resistir a qualquer tentativa de despejo”, disse o Cacique geral dos tabajaras Ednaldo dos Santos Silva, que reivindica a terra comprada pela cerâmica Elizabete para implantação de uma fábrica de cimento.
O deputado estadual Frei Anastácio esteve na área para visitar os índios e colocou o mandato a disposição deles. “Agora, a luta nas parcelas vendidas para a fábrica de cimento é dos índios que reivindicam a terra. Eles alegam que as terras que um dia foram deles não podem passar para o capital privado”, disse Frei Anastácio.
O Cacique lembrou que o lema deles é “arrancaram nossas folhas, quebraram nossas galhos, cortaram nosso tronco, mas esqueceram nossas raizes”. Ele argumenta que estão acampados justamente em buscas das raízes da terra que era deles no passado. O Cacique destacou que enquanto a terra esteve nas mãos dos assentados, cumpria sua função social.Mas, no momento em que passa para o capital privado,tem que ser recuperada para eles. “ O nosso lema é Terra demarcada,direito garantido.Então estamos no nosso direito de conquistar essa terra que perdeu sua função social”,afirmou o Cacique.
Os índios também denunciaram ao deputado Frei Anastácio, que duas viaturas da polícia estão a serviço de funcionários da cerâmica Elizabete,na área. “Se não há nenhuma ordem de despejo, não há amparo legal para a polícia ficar trabalhando para uma empresa privada.Os índios também denunciam que araques de polícia e funcionários da prefeitura de Alhandra estão circulando na área, tentando intimidar os índios”,informou.
O deputado disse que não admite que o governo do estado permita que a polícia fique a serviço de grandes empresas privadas,como está acontecendo em Mucatu. “Os índios denunciam que policiais estão andando em carros da Elizabeth, fazendo segurança privada aos funcionários da empresa.
Frei Anastácio alertou que a posição dos índios é de resistência e pode haver confronto se acontecer tentativa de despejo. “O Cacique afirma que a terra agora é dos Tabajaras que já pediram apoio ao povo Potiguara, que também virá para a área. Acho que é preciso haver diálogo em relação a instalação dessa fábrica, porque se não houver recuo da prefeitura de Alhandra,poderá haver até derramamento de sangue”,alertou Frei Anastácio.
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