II edição do ‘Mundo mágico cosplay da inclusão’ faz a alegria das crianças na Tardezinha Inclusiva
Foto: Daniel Silva
Foi um verdadeiro desfile de fantasias e beleza a 19ª edição da Tardezinha Inclusiva, realizada neste domingo (23), que trouxe o II ‘Mundo mágico cosplay da inclusão’, um momento especial para liberar a criatividade. A Tardezinha é um desdobramento do projeto Somos Capazes – Inclusão pela Arte, realizado pela Prefeitura de João Pessoa, por meio da sua Fundação Cultural (Funjope), e acontece mensalmente no Centro Cultural de Mangabeira Tenente Lucena.
“Reafirmo o sentimento e a atitude que movem a Prefeitura de João Pessoa e a Funjope de manter, por quase dois anos, essa ação de inclusão social pela arte”, declarou o diretor executivo da Funjope, Marcus Alves. Ele afirmou que, primeiro, a Prefeitura reconheceu que as crianças autistas e T21 têm capacidades criativas e que, se forem integradas num processo de diálogo e envolvimento, podem potencializar suas capacidades.
Em segundo lugar, conforme o diretor, está sendo feito um trabalho de fortalecimento dos laços familiares dessas crianças porque a Tardezinha Inclusiva consegue unir diversas famílias numa abordagem de inclusão pela arte, mas também de assistência jurídica, psicopedagógica, médica, educativa e de convivência de diversas famílias e suas crianças num ambiente socialmente integrador. “Esse é o princípio que nos move e a Tardezinha Inclusiva é um sucesso porque as famílias abraçaram nosso projeto”, acrescentou.
A presidente da Associação Paraibana de Autismo (APA), Hosana Carneiro, ressaltou que muitos autistas se apresentaram fantasiados dos seus personagens, mas que eles não apenas vestiram a fantasia, mas representando.
“Sabemos que o autista tem uma grande dificuldade de fazer o jogo da imaginação, fazer de conta que é alguém. Essa festa trabalha muito a imaginação da criança. O cosplay faz com que cada um se sinta o personagem preferido. Essa é uma grande conquista no quesito inclusão, socialização, tratamento social pela arte e pela cultura”, avaliou.
Serviços – O evento não foi apenas de diversão, mas também de serviços. O advogado Cristiano Pessoa explicou que, junto com os demais advogados do escritório Jansen Dornelas, oferece informações jurídicas às mães carentes, famílias que não têm condição financeira e sem conhecimento sobre o Benefício de Prestação Continuada (BPC) a que têm direito.
“Nós oferecemos o suporte a essas mães de crianças autistas e, junto com o apoio da Funad (Fundação Centro Integrado de Apoio à Pessoa com Deficiência), da Prefeitura de João Pessoa e da Associação Paraibana de Autismo, informamos e mostramos o caminho para o tratamento junto à Funad. É um trabalho muito importante ainda para que as mães tenham conhecimento de como ter acesso a esse benefício junto ao INSS”, declarou.
No local, teve também atendimento de saúde, com o teste de glicemia. A vendedora Mayara Nascimento aproveitou para verificar sua taxa. “Eu acho muito importante esse tipo de serviço. Como trabalho durante a semana, não sobra tempo para ir ao posto médico. Então, foi providencial”, disse.
A Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) enviou uma equipe para conhecer as mães e saber suas necessidades. A secretária executiva, Lucinha Lima, que é mãe de autista, disse que participar da Tardezinha Inclusiva foi uma experiência maravilhosa. “Para mim, não foi um convite, mas uma missão. Parabenizamos toda a equipe que está cuidando dessas famílias com um olhar diferenciado. Queremos dar as mãos para disponibilizar o que estiver dentro das nossas possibilidades”, ressaltou.
Suzionara Freitas, que coordena o trabalho técnico e social da Sedes, enfatizou que muitas mães das crianças acompanhadas na Tardezinha estão em situação de vulnerabilidade. A partir do levantamento que será feito pela Sedes, elas poderão ter acesso a cestas básicas, enxoval, auxílio moradia, Programa Pão e Leite, entre outros benefícios eventuais. A equipe contou com cinco assistentes sociais para fazer a escuta e conhecer as famílias para realizar visita domiciliar e dar os encaminhamentos necessários.
Famílias – A dona de casa Ivanice Fidélis contou que o filho, de 9 anos, é hiperativo e, para ela, a Tardezinha é uma terapia importante. “É um encontro de pessoas, de novos aprendizados, um espaço que permite às crianças muita diversão. Também é uma forma de inclusão. Meu filho se sente bem animado, à vontade com as brincadeiras. As crianças que eram recuadas, são estimuladas. Todo mês estou aqui e esse evento é uma maravilha”, observou.
A diarista Aline Silva avalia que a Tardezinha Inclusiva permite às crianças se distrair, ver mais gente, conhecer outras crianças, se comunicar. “É um evento diferente e muito especial porque promove a inclusão. Minha filha Anne Beatriz, que é autista, tem 16 anos e adora participar”, contou.
Ana Cecília, de 7 anos, não é autista, mas sua mãe, a autônoma Ana Aline Alves da Silva, sempre leva a garota para participar da Tardezinha. “Ela se diverte muito, brinca à vontade. Além disso, é uma terapia para as outras crianças que podem interagir vivendo uma verdadeira inclusão. Aqui elas liberam toda energia e é importante esse contato”, observou.
Programação – A criançada se divertiu muito com a Turma Tá Blz, com a cantora Nik Fernandes, Dj Jhony Fernandes, os personagens Super Mário Bros e Luigi, Bita, Homem Aranha, além das palhaças Kika e Baba Baby.
Os pequenos acompanharam apresentações de quatro grupos de K-pop e quatro solos de K-pop. As oficinas recreativas de pintura facial, com a Tia Pri, de pintura em gesso, com a equipe do Espaço Happy, de trancistas, brinquedos infláveis, entre outros, tornaram a festa ainda mais animada.
Além da participação especial do cantor mirim Raffael Star, foi realizado o desfile das crianças e pais de cosplay, e ainda oficinas de vegetais, com a Nutrikids Débora; oficina de artes com o Colégio Impactus; oficina de cosplay, com Imaginação; oficina de gesso, com Espaço Happy; oficina de maquiagem artística, com a Tia Pri; oficinas com Letícia Bello e Sandra Duartti. Outra atração é a Feirinha Inclusiva, com diversos itens produzidos pelas mães.
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