Publicado em: 21 maio 2015

Hugo Motta diz que não vai pedir exumação de Janene antes analisar documentos

O presidente da CPI da Petrobras, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), anunciou na reunião desta quinta-feira (21) que adiou a decisão de apresentar um requerimento pedindo a exumação do corpo do ex-deputado do PP José Janene. Ele disse que, antes, analisará documentos que a família se comprometeu a enviar à CPI.

 

Segundo as investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF), Janene foi um dos operadores do esquema de corrupção que atuava na Petrobras. Ele morreu de infarto em setembro de 2010.

Na quarta-feira, Motta disse que faria o pedido de exumação, e justificou alegando que havia recebido informações de que Janene estaria vivo, na América Central.

Após a declaração, o presidente da CPI foi procurado pela filha do ex-deputado, Daniele Janene, e pelo advogado da viúva, Stael Fernanda Janene. Ambos, segundo o deputado, pediram o adiamento do requerimento de exumação e se comprometara a apresentar documentos que comprovam a morte do ex-líder do PP.

“Em atenção à família, não irei apresentar o requerimento [com pedido de exumação]. Vamos aguardar a documentação chegar”, disse Motta.

 

“Eu avisei a ela [Daniele Janene] que já havíamos decidido por fazer o requerimento. Ela me pediu que aguardasse, que a gente pudesse primeiro analisar a documentação, para que pedido fosse feito”, continuou o presidente da CPI.

Em conversa com jornalistas, Motta defendeu sua atitude no dia anterior, quando disse que pediria a exumação. “O que cabia a este presidente era agir da forma que agimos, trazendo discussão para plenário da CPI. Nós iremos analisar essa documentação”, afirmou. “A CPI segue seu foco. Não vamos recuar de posicionamento de avançarmos sempre, doa a quem doer.”

Viúva
Para a viúva de Janene, Stael Janene, a possibilidade da exumação é um “absurdo”.

Em nota publicada em seu perfil no Facebook, Stael disse estar “estarrecida” com o que foi mencionado. “Em momento algum procurei ou fui procurada por qualquer deputado dizendo o que colocaram em minha boca, principalmente no que tange a respeito de minha suposta desconfiança sobre a morte do pai de meus filhos”, escreveu na nota.

Acusações
O ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou à Justiça Federal que ele foi indicado para o cargo de alto escalão da estatal pelo PP. Segundo Costa, um dos delatores da Lava Jato, Janene teve influência na sua escolha para a diretoria.

Paulo Roberto Costa explicou ao juiz federal que, até 2008, era Janene quem operava a fatia da propina que cabia ao PP. Segundo ele, a legenda ficava com um terço do valor dos contratos fechados pela diretoria de Refino e Abastecimento, que ele comandava. Os outros dois terços, relatou o ex-dirigente, eram repassados ao PT. Após a morte de Janene, Youssef passou a operar a propina do PP, informou Costa.

Portal do Litoral PB

Com G1



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