Publicado em: 26 set 2013

Dilma diz que relação com EUA ‘ultrapassa’ questão da espionagem

dilmacoletiva620A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (25) em Nova York que a relação ente Brasil e Estados Unidos é “estratégica” e “ultrapassa” o mal-estar provocado por ações de espionagem da agência de segurança norte-americana.

 

 

Ela disse, porém, que, para haver progresso na cooperação bilateral, é preciso que o governo norte-americano apresente “desculpas” e garantias de que não acessará dados de autoridades e empresas brasileiras.

 

A informação de que a NSA, a agência de segurança norte-americana, espionou Presidência da República, ministros brasileiros e a Petrobras, revelada pelo programa Fantástico, foi tema do discurso da presidente, nesta terça (24), na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas. No discurso, a presidente afirmou que a espionagem “afronta” o Brasil, fere a soberania do país e o direito internacional.

 

“Acredito que a relação estratégica dos dois países ultrapassa isso. Ela tem a sua dinâmica. Agora, era possível elevar esse patamar e acredito que essa é vontade do presidente Barack Obama, mas as condições têm que ser construídas”, disse nesta quarta, em entrevista coletiva, antes de participar de um seminário empresarial promovido pelo banco Goldman Sachs.

 

Em referência ao discurso crítico aos EUA que fez na ONU, a presidente afirmou que exigia uma resposta do governo. Para Dilma, o Brasil não pode “negociar” sua soberania.

 

“Nada do que foi feito [dito no discurso] era do desconhecimento das autoridades norte-americanas. Esse processo que desencadeou isso, do qual não temos responsabilidade, implica necessariamente uma atitude do país, porque não se transige nem com os direitos civis e a privacidade da população, nem tampouco pode negociar sua soberania.

 

 

Dilma afirmou que aguarda respostas sobre a demanda do Brasil de que os Estados Unidos não voltem a violar correspondências privadas de empresas, cidadãos e autoridades brasileiras.

 

“Eu enxergo que essa resposta, de como é que prosseguirá [a relação do Brasil com EUA], terá que ser construída a partir de medidas que devem ser tomadas. O que colocamos é que era necessário, primeiro, desculpas; segundo, para tratar do futuro, uma clara determinação de que não irá acontecer novamente. E isso terá que ser construído porque a relação do Brasil com os Estados Unidos é estratégica dos dois países e não é possível deixar algo como isso sem controle.”

 

 

A presidente afirmou ainda que o governo vai se empenhar em criar mecanismos que assegurem segurança de dados cibernéticos e de comunicação.

 

“Para nós, vai ser muito importante que os dados que dizem respeito ao Brasil sejam arquivados, localizados, mantidos em bancos de dados no Brasil”. Ela disse ainda que não quer que as Nações Unidas “controlem” a internet, mas que garanta que não haverá abusos e violações de privacidade.

 

 

Em seu discurso na ONU, Dilma propôs que o organismo internacional crie regras claras para garantir a neutralidade e a segurança dos dados da internet. “Não estamos pedindo a interferência da ONU, não queremos que a ONU controle a internet, estamos dizendo: ‘ONU, preserve a segurança’”.

 

 

Portal do Litoral PB com G1




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