Publicado em: 28 fev 2015

Alô Van Van, aquele abraço. Vai com Deus irmão!

Era um cidadão comum, inteligente, formado em Geografia pela UFPB e que conheci no final dos anos 90 no Sistema Correio de Comunicação. Era iluminado, do bem e para o bem. Veio de Patos tentar a vida na Capital, estudar, vencer. Foi apresentado a Tony Show por outro amigo jornalista, o Chico Noronha. Chico e Ruth Avelino só falavam das qualidades de “Van Van”, tratamento carinhoso para Ivanildo Viana.

Somos a segunda cidade mais violenta do mundo. Já parou para refletir sobre isso? 

Quando conheci Ivanildo Viana ele coordenava o jornalismo na 98 FM e na Correio AM. Escrevia, falava bem e trazia o dom de cooperar com todos que por ali chegasse. Um dia Tony Show me colocou ao lado de Ivanildo Viana para apresentar o programa Ronda da Cidade, das 4 às 7 da manhã. Dividimos durante anos este programa e foi Ivanildo que teve a sacada de criar um quadro para mim onde ao som de avião imaginário sempre levavamos os convidados virtuais ao passieo e ao final sempre jogavamos da nave ao chão sem direito a paraquedas. Era os maus políticos.

Hoje recebo a notícia que meu amigo Ivanildo Viana fora assassinado ao sair do programa que fazia na 100.5 FM de Santa Rita. Aqui em João Pessoa,  todos os dias andam matando entre 5 e 7 pessoas e somos verdeiramente a segunda cidade mais violenta do mundo. Só que para os incaustos, quando se mata alguém que é desconhecido ou pé rapado, atribui-se ao envolvimento com crack para disfarcar a responsabilidade do Estado diante do genocídio que estamos vivendo.  A justificativa é essa. O usuário de crack não tem direito a viver, virou banal, cruel mas banal. A polícia não soluciona nem 10% das autorias, também não interessa, são miseráveis mesmo. O que dizer de Ivanildo Viana? A polícia tem a obrigação de descobrir e a justiça de punir que praticou infame ato.

Perdi um amigo, um professor e essa dor aponta que não é só a violência da cidade que nos assusta, são também ações torpes de toda natureza que se caracterizam como sendo desrespeito, abuso, negligência, privação, violação, discriminação, assédio, injustiças, e agora homicidios de homens de bem.

Somos a segunda cidade mais violenta do mundo. Já parou para refletir sobre isso? Tomara meu Deus, tomara, que você jamais receba a notícia que recebi nesta tarde, que um  amigo seu foi brutalmente assassinado pela estupidez de alguém que pode livremente trafegar armado e matar sem que a polícia crie mecanismos para desarmar os bandidos.

Apelar mais para quem?

 

Aos poucos a violência vai levando os bons!
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Chico Noronha, Clilson Júnior e Ivanildo Viana – Final da década de 90




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