Publicado em: 10 fev 2017

Número de mortos no ES sobe para 113; termina sem acordo reunião com a PM, afirma Sindicato

Espírito Santo registrou 113 mortes violentas até esta quinta-feira (9), 6º dia de caos na segurança por causa da falra da PM nas ruas. Uma onda de crimes, mortes e saques foi desencadeada e, como reflexo dessa violência, o comércio já acumulou um prejuízo de R$ 180 milhões. Para conter a crise, o Exército anunciou 3 mil militares nas ruas até o fim de semana. Para esta sexta, os ônibus devem ficar nas garagens.

O dia começou com a notícia da morte do presidente do Sindicato dos Rodoviários de Guarapari (Sintrovig), Walace Belmiro Fernaziari. Ele foi encontrado morto a tiros dentro do carro, próximo à garagem da Viação Sanremo, no bairro Alvorada, em Vila Velha.

Com isso, os ônibus da Grande Vitória, que chegaram a sair das garagens de manhã, voltaram para os terminais e a circulação foi interrompida.

De madrugada, a sede da Rede Gazeta, em Vitória, foi atingida por disparos.

Representantes das mulheres que protestam na porta dos Batalhões se reuniram com representantes do Governo para discutir e apresentar propostas. A reunião começou às 14h e ainda não acabou. Do lado de fora, comerciantes e moradores do Centro de Vitória fizeram um ato.

E enquanto o policiamento não volta, homens das Forças Armadas e da Força Nacional fazem a segurança dos capixabas. Tanques das Forças Armadas foram vistos nas ruas de Vitória e Vila Velha.

O Ministério Público Federal no Espírito Santo (MPF-ES) quer identificar os responsáveis pela paralisação da Polícia Militar, e, consequentemente, pelos gastos que a União está tendo ao enviar tropas para o Espírito Santo. Segundo o Código Civil, a União pode ser ressarcida caso se apure que o prejuízo foi causado por ato ilícito.

As Guardas Municipais também estão trabalhando para garantir a segurança. Nesta tarde, um homem foi preso após fugir de uma abordagem da Guarda Municipal com uma caminhonete S10 roubada e causar acidentes, na orla da Praia de Camburi, em Vitória. Outro motorista filmou parte da perseguição. O suspeito foi preso.

A pressão pela volta do policiamento também tem vindo de dentro dos quartéis. Um vídeo gravado em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo, mostra o tenente-coronel Alexandre Quintino fazendo um apelo para que os PMs voltem às ruas. “Pelo amor de Deus, vamos trabalhar, vamos para a rua, esse movimento mostrou que nós somos capazes, esse movimento mostrou a força da PM”, disse.

Um trabalhador, arrependido de ter aproveitado a falta de policiais militares nas ruas para saquear produtos de lojas de Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo, procurou a delegacia para devolvê-los. “No momento, eu vi aquele arrastão, tudo aquilo acontecendo e acabei me deixando levar, pegando uns pertences que estou devolvendo”, contou.

Reunião  – Terminou sem acordo a segunda reunião entre os secretários do governo do Espírito Santo e representantes das mulheres e das associações de classe dos policiais militares (PMs). Após dez horas de reunião, que acabou no início da madrugada desta sexta-feira (10), as mulheres não aceitaram a proposta do governo. Com esse resultado, a paralisação dos PMs, que já dura sete dias, continua sem solução.

O governo propôs que eventuais crimes praticados e infrações administrativas serão apurados com isenção e “sem qualquer tipo de perseguição” aos policiais. Também se comprometeu a apresentar um cronograma para concretizar as promoções previstas em lei que não tenham sido efetivadas para que todos os PMs que tenham direito sejam promovidos até o fim do ano.

As lideranças do movimento pedem a anistia aos policiais, que são proibidos pela Constituição de fazer greve, e reajuste salarial.

“Com relação à contraproposta apresentada pelo movimento das mulheres, familiares e amigos dos policiais militares, na qual pedem ao governo 20% de reajuste imediato e 23% de reajuste escalonado, o Comitê, com base nas justificativas já apresentadas, especialmente no que tange à obediência à Lei de Responsabilidade Fiscal, reitera a impossibilidade fiscal e legal da concessão do pleito”, diz a ata da reunião.

O Comitê Permanente de Negociação é formado pelos secretários dos Direitos Humanos, Julio Pompeu, da Casa Civil, José Carlos da Fonseca, de Controle e Transparência, Eugênio Ricas, e da Fazenda, Paulo Roberto Ferreira.

“O estado está dentro do limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal, sendo acionado pelo Tribunal de Contas com frequência. Isso nos impede legalmente de dar aumento a qualquer categoria funcional. Portanto, não podemos conceder aumento neste momento”, disse o secretário de Direitos Humanos. “Com relação à anistia, não podemos transigir com relação a práticas que são criminosas”.

As manifestações começaram na última sexta-feira (3), quando parentes de policiais, principalmente esposas, se reuniram em frente à 6ª Companhia, no bairro de Feu Rosa, no município de Serra, na Grande Vitória, e bloquearam a saída de viaturas. Os protestos se estenderam para outros batalhões durante o fim de semana e atingem todos os quartéis do estado

 

 

G1\Agência Brasil



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