Publicado em: 25 abr 2018

Um Golpe de Vista

Quando o movimento de esquerda estava ameaçado de perder o comando do país, logo surgiu o grito de “Golpe!” que embalou todo o processo de impeachment da ex-presidente Dilma e alimentou o percurso do afastamento compulsório do ex-presidente Lula.

O “não vai ter golpe!” não vingou, não tomou corpo, nem mesmo convenceu os esquerdistas, que apáticos, assistiram a retirada da cadeira de Dilma e o encarceramento de Lula; aquela esquecida e anônima, enquanto que o pai das águas foi abandonado pela esperada onda vermelha de apoio no solo paranaense.

Assistimos o julgamento do Habeas Corpus de Lula pela TV, emocionados, torcendo (contra ou a favor de sua prisão), como nunca antes envolvidos pela seleção brasileira de futebol, mesmo em ano de copa do mundo.

Os que vestiram a camisa “a culpa não é minha” fizeram juras de amor ao judiciário brasileiro, com declarações de esperança imortal na transformação da sociedade, a partir de uma decisão judicial, nascida ainda na república curitibana, mas que refletia um sentimento social.

Estranho é pensar que essa mesma parcela que se eximiu de culpa (e se manteve com os ouvidos moucos aos gritos de “não vai ter golpe!”) agora se mostra insatisfeita com a mesma justiça que considerou que os episódios narrados pelos delatores da Odebrecht não tinham relação com a Petrobrás, retirando do presidente Moro a competência para julgar a maior celebridade política dos últimos tempos.

Você já viu quem está gritando por aí que há um Golpe à vista? Definitivamente, não dá para entender!

 

Luiz Pereira (advogado)




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