Publicado em: 20 jul 2017

Suposta ex-namorada de Bolsonaro denuncia parlamentar por ameaça

A jornalista Patricia Lélis, de 23 anos, registrou um boletim de ocorrência na última sexta-feira (14/7) contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSC). A jovem alega ser ex-namorada do parlamentar e o denuncia por injúrias e ameaças. Segundo Patrícia, ela teria como prova mensagens recebidas do celular do próprio político. O caso está na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) do Distrito Federal.

“Como é peculiar aos políticos moralistas, ele tentou negar e sair por cima. Porém, se doeu tanto que fez um vídeo resposta! Ocorre que, se nas postagens públicas o deputado agiu como bom moço, desdenhando e negando tudo […], nas mensagens privadas o comportamento foi o de sempre: tentar abafar o caso com grosserias machistas, injúrias diversas e várias ameaças com o intuito de tentar me intimidar ou calar minha voz”, escreveu a jornalista no Instagram, ao postar uma imagem da ocorrência.

A confusão começou em 11 de julho. Em uma imagem divulgada nas redes sociais, o parlamentar teria publicado em sua página pessoal do Facebook que uma ex-namorada foi vista em uma “balada LGBT acompanhada de um médico cubano, usando uma roupa vulgar”.

Procurada, a assessoria do deputado afirmou que Patrícia “não precisa de resposta e, sim, de tratamento”. A reportagem não conseguiu contato com a jornalista.

Caso Felicciano

Em abril, o Ministério Público denunciou Patrícia por falsa comunicação de crime e extorsão de Talma Bauer, então chefe do gabinete do deputado Marco Felicciano (PSC-SP).

De acordo com a Polícia Civil de São Paulo, além da suspeita de denunciação caluniosa e extorsão, Patrícia acabou investigada por ameaça depois de aparecer numa gravação, obtida pela polícia, ordenando que Talma Bauer matasse um amigo dela. O assessor, que também é policial civil aposentado, se recusou a obedecer Patrícia.

Segundo o delegado, Bauer admitiu em depoimento que pagou R$ 20 mil a um amigo de Patrícia para que, em troca, ela parasse de acusar o deputado de ter tentado estuprá-la em Brasília. Essa versão foi confirmada à polícia pelo rapaz que recebeu o dinheiro, que acabou apreendido. A polícia paulista apura a suspeita de que a jornalista teria cobrado R$ 300 mil para ficar em silêncio.

Se somadas, as penas dos crimes de denunciação caluniosa e extorsão podem variar de seis a 20 anos de prisão. Na ocasião, a defesa de Lélis informou que o indiciamento foi precipitado porque nem todas as testemunhas foram ouvidas e nem as provas da jornalista apresentadas.




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