Publicado em: 25 jul 2016

‘Sincericídio’ pode derrubar comandante da Policia Militar da Paraíba

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Desde cedo da manhã de hoje (25), poucos apostam uma pataca furada na permanência do coronel Euller Chaves no Comando Geral da Polícia Militar da Paraíba. Sua demissão era dada como certa por um bom número de radialistas, jornalistas e assessores governamentais que se dedicam a encher a bola da ‘segurança’ que a gestão Ricardo Coutinho proporciona aos paraibanos.

A maioria da tropa de mídia do governador acredita que ele não perdoará o ‘sincericídio’ cometido pelo comandante-geral da PM em programas matinais de rádio da Capital. Tudo porque o coronel Euller confirmou em entrevistas às FMs Arapuan e Correio que policiais de plantão na madrugada do sábado (23) em João Pessoa receberam ordens para não enfrentar os terroristas que explodiram caixas eletrônicos no Bessa Shopping.

O assalto aos postos de auto-atendimento durou cerca de 40 minutos e foi filmado por moradores de prédios vizinhos. Durante a ação, os bandidos interditaram ruas, fizeram reféns e atiraram contra motoristas que deram marcha-a-ré ao se aproximaram do local. Apesar de toda a movimentação e do tempo que durou, e apesar das chamadas para o 190 notificando a ‘ocorrência’, nem nas proximidades do shopping encostou uma viatura policial sequer.

As declarações do coronel Euller não deixam dúvidas. Ele reconheceu que o efetivo disponível naquele momento não tinha condições de enfrentar a quadrilha de assaltantes. Admitiu, inclusive, que o armamento da PM era inferior àquele usado pelo bando, mas disse que um confronto colocaria em risco a vida de terceiros (referindo-se aos reféns) e a dos próprios policiais.

O comandante-geral lembrou que de modo algum o recuo da PM significa que a corporação ou a força pública como um todo está “se entregando”, rendendo-se à bandidagem. Na sua avaliação, a ordem dada aos policiais para que aguardassem o desfecho do assalto foi, além de prudente, um ato de responsabilidade para com as vidas humanas em perigo.

Particularmente, este blogueiro não acredita que Ricardo Coutinho demita Euller Chaves, que se encontra no cargo de Comandante-Geral da PM desde 2011, ano de estreia do ricardismo no poder estadual. Além disso, o coronel é homem da estrita confiança do governador e possui ascendência real sobre seus comandados. É mais fácil o governo tentar reverter o impacto da sinceridade chavista na opinião pública. Para tanto, basta dar outra ordem de recuo. Desta vez, aos seus comandados da imprensa.

 

BLOG DO RUBÉNS NÓBREGA




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