Publicado em: 9 mar 2016

Salto alto começa a derrubar Cartaxo

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De 2010 pra cá, um fato tem marcado as eleições na Paraíba e em João Pessoa. Os candidatos que largam na frente e que as pesquisas apontam suas vitórias tem amargado derrotas. É claro que cada eleição é uma história, mas algo incomum tem sido notado nestes casos citados. O salto alto tem levado os favoritos a cometerem erros estratégicos que tem lhe custado históricos revés.

Foi assim em 2010, quando Ricardo Coutinho (PSB) venceu José Maranhão (PMDB) franco favorito. Em 2012, quando Cícero e Maranhão também já davam como certo o enfrentamento dos dois num segundo turno e mais recente em 2014, quando Cássio Cunha Lima foi aclamado governador por aliados e saiu das urnas sumariamente derrotado.

O histórico acima é um alerta para o prefeito Luciano Cartaxo (PSD) que já começou a sentir o dissabor das surpresas que o salto alto pode acarretar. Cartaxo mantém uma relação praticamente comercial com sua imensa bancada na Câmara de João Pessoa.

No início do governo, com os cofres cheios distribuiu cargos e regalias. Em 2014 para tentar eleger o irmão senador, incorporou suplentes a já inchada bancada, e deu uma ‘gratificação’ a base para o empenho dobrado na tentativa de eleger Lucélio senador. Sem falar na hierarquia, onde alguns era ainda mais privilegiados, causando o velho e ruim ciúmes.

Fazendo assim, manteve uma bancada obediente na Câmara, mas não criou vínculo com muitos vereadores. Veio a crise a Prefeitura já não suportava o peso da bancada, o corte foi inevitável. Sem vínculo, o reclame foi geral, principalmente pela forma como foi feito. De surpresa.

Some-se a isso, o fato de ter vereador que espera há um ano uma audiência com o prefeito, ou ao menos um telefonema. Um exemplo claro disso é o vereador Bruno Farias (PPS), que mesmo após deixar o governo em meio a uma crise, fez todos os acenos possíveis para se manter na base do prefeito, foi solenemente ignorado. Afinal, o que era um vereador a meno, numa bancada com 24 vereadores. Bruno foi o último vereador a assinar o pedido de CPI.

Batata. Bastava um aceno de outra força política, para que a inchada bancada começasse a sofrer desidratação.

A CPI da Lagoa é o primeiro reflexo de que o salto alto que já derrubou Maranhão, Cícero e Cássio, pode também fazer um estrago na trajetória de Cartaxo.

 

Fonte: Marcos Wéric




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