Publicado em: 21 fev 2019

Reconstrução de rosto de mulher espancada na Barra vai durar seis meses, diz médico

As cirurgias necessárias para a reconstrução do rosto de Elaine Caparroz, de 55 anos, serão feitas em duas etapas e podem durar seis meses. Segundo o cirurgião Ricardo Cavalcanti Ribeiro, chefe do setor no Hospital Casa de Portugal, no Rio Comprido, onde Elaine está internada, a fase inicial será a reconstrução dos ossos, já que ela tem fraturas múltiplas na face. Depois, daqui a até seis meses, serão feitas as correções estéticas. A alta da paisagista está confirmada para sexta-feira, às 9h. Ela apresenta quadro estável, segundo boletim médico.

— Quando se tem ferimentos desse tipo, é preciso esperar o organismo cicatrizar as lesões e os tecidos ficarem todos maturados antes de iniciar o tratamento. A gente vai avaliar isso daqui a alguns meses, para aí sim determinar o que precisará ser feito. Já as cirurgias de reconstrução dos ossos da face serão feitas em algumas semanas.

O cirurgião destaca que Elaine teve um importante edema facial e ainda está com o rosto muito inchado, com diversas escoriações. As agressões, ainda segundo Ribeiro, deixaram o septo nasal e o assoalho da órbita quebrados, o que pode trazer uma obstrução respiratória para a vítima. A cirurgia para reconstruir esses ossos deverá ser feita daqui a um mês. O médico aponta também uma anemia, devido à grande perda de sangue de Elaine.

— Vou acompanhar de perto a evolução do caso. Agora é aguardar.

De acordo com o cirurgião, a operação não foi realizada anteriormente porque, quando a vítima deu entrada no hospital, no último sábado, seu estado de saúde era grave. O médico explica que há uma ordem de prioridades no atendimento, e que, naquele momento, quando a equipe a atendeu no setor de emergência, a preocupação era minimizar o risco de morte. Apesar de comum, a cirurgia é considerada complexa:

— Sempre tem um grau de complexidade. São cirurgias com objetivo de realinhar o que foi fraturado. O que tiver desalinhado, realinha-se.

O médico destaca que o caso assemelha-se a um acidente de carro:

— Na época em que o cinto de segurança não era obrigatório, as pessoas eram projetadas para a frente e enfiavam o rosto no para-brisas. É um impacto comparado a isso. Agora, que ela saiu da UTI, vou fazer uma avaliação mais completa.

Espancada por quatro horas no último sábado, após ter o primeiro encontro com Vinícius Batista Serra, Elaine sofreu várias fraturas no rosto. As agressões ocorreram na madrugada de sábado. Elas começaram por volta de 1h e se estenderam até quase 5h30. Foram socos e mordidas, entre outros golpes. Os dois se conheceram pela internet, conversaram durante oito meses e marcaram um encontro.

Encarregada da investigação, a delegada Adriana Belém, titular da 16ª DP (Barra da Tijuca), disse que espera a liberação do hospital para ouvir o depoimento de Elaine, o que pode acontecer nesta quinta-feira.

— Pegar o depoimento dela é muito importante para sabermos exatamente como o crime aconteceu, se ela realmente dormia quando começou a ser agredida ou se estava acordada — explicou a delegada, que vai buscar possíveis agravantes para a tentativa de feminicídio.

Elaine Caparróz antes da violência
Elaine Caparróz antes da violência Foto: Reprodução



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