Publicado em: 19 set 2014

Problema da segurança e violência precisa ser nacionalizado, diz Marina Silva

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A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, comentou nesta sexta-feira (19) o assassinato de um vendedor ambulante por um Policial Militar ocorrido ontem em São Paulo. Para a candidata, a segurança pública é um problema que precisa ser “nacionalizado”.

— Qualquer forma de violência não deve ser tolerada. A violência policial ou qualquer forma de violência não ajuda a resolver os graves problemas que nós enfrentamos na agenda da segurança pública.

Durante uma ação da PM no bairro da Lapa, zona oeste de São Paulo, na tarde desta quinta-feira (18), um oficial disparou na cabeça do camelô Carlos Augusto Muniz, quando ele tentava pegar o spray de pimenta das mãos do agente. A ação ocorreu dentro da Operação Delegada, em que policiais trabalham em seu horário folga para a prefeitura, com o objetivo de aumentar o efetivo nas ruas e incorporar o salário dos PMs.

Durante agenda de campanha em São Bernardo do Campo, no Grande ABC, Marina lembrou que a maior parte da responsabilidade sobre a segurança pública é atribuição dos Estados, mas defendeu maior participação do governo federal.

— As outras candidaturas sempre fizeram questão, ao longo desses 20 anos, de deixar esse problema como se fosse apenas dos Estados. Esse é um problema que precisa ser nacionalizado.

A candidata citou como proposta o programa Pacto Pela Vida, instituído em Pernambuco pelo ex-governador Eduardo Campos, “que reduziu a violência em geral, mas também a violência policial”.

— Devemos tratar esse problema no enfrentamento seguro e continuado no tráfico de drogas, no tráfico de armas, mas também criar mecanismos de valorização, treinamento e remuneração correta.

Marina prometeu que, se eleita presidente, vai “ampliar os recursos do Fundo Nacional de Segurança pública para, em parceira com os governadores, podermos dar uma resposta a altura”.

— Não é uma questão de criar um ministério, mas é como fazer para que de fato se tenha uma visão integrada da segurança pública.

Bico oficial

A Operação Delegada é conhecida como “bico oficial” de PMs e foi criada na gestão do prefeito Gilberto Kassab para diminuir o número de trabalhos clandestinos feitos pelos oficiais. As imagens exclusivas obtidas pelo Jornal da Record (abaixo) mostram o momento em que o PM atira na cabeça de Carlos Augusto Muniz, que tentou tirar o spray de pimenta da mão do oficial. A vítima morreu antes de chegar ao Hospital das Clínicas, para onde foi levado pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).

Após a morte, os vendedores da região se revoltaram com a situação e bloquearam algumas ruas colocando fogo em lixo e apedrejando um ônibus. O policiamento reagiu com bombas de efeito moral e conseguiu controlar a situação. Dois helicópteros Águia, do Grupamento Aéreo da Polícia Militar, e o Batalhão de Choque chegaram a ser enviados para o local, mas ninguém foi preso. 

Em nota, a SSP (secretaria de Segurança Pública) informou que “o policial foi preso em flagrante por homicídio pelo batalhão a que pertence, o CPAM-5, e foi igualmente autuado em flagrante pelo DHPP (Departamento de homicídios e proteção à pessoa) nesta madrugada. Ele está sendo encaminhado ao Presídio Romão Gomes. O caso é apurado tanto pela Corregedoria da Polícia Militar quanto pela Polícia Civil. A secretaria da Segurança não compactua com desvio de conduta de policiais”.

Portal do Litoral PB

Com R7 

 




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