Publicado em: 22 abr 2014

Polícia afirma que pai tem participação na morte de Bernardo, mas delegada ainda tem dúvidas

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A delegada responsável pela investigação da morte de Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, assassinado em Três Passos (RS), disse nesta terça-feira que o pai do menino participou de alguma forma do crime. “Dia 4 o guri sumiu e o pai comentou (o desaparecimento) no dia 6. Eu tenho convicção de algum tipo de participação dele, não sei qual”, disse a delegada Caroline Machado, em entrevista coletiva. 

A suspeita é que a madrasta do menino, Graciele Ugulini, e uma amiga tenham assassinado o garoto por dinheiro. A delegada, porém, não descarta a participação do pai de Bernardo, o médico Leandro Boldrini. Ela afirmou que ainda não está satisfeita com o inquérito montado sobre o caso e que vai prosseguir com as investigações. “Eu não estou satisfeita ainda, pois não terminei o inquérito. Se eu não tivesse dúvidas, teria terminado”, falou a delegada.

Ainda segundo a polícia, várias possibilidades foram levantadas, incluindo a da participação de uma quarta pessoa. Ontem, os policiais solicitaram a quebra de sigilo das contas bancárias dos três presos pelo envolvimento na morte do menino: o pai, a madrasta Graciele Ugulini, e a assistente social Edelvânia Wirganovicz.

Até agora, o depoimento de Edelvânia é a principal prova. Ela admite ter ajudado no crime movida pela promessa de auxílio para pagar R$ 96 mil de dívida com um apartamento. O dinheiro seria repassado por Graciele, que, segundo a assistente social, nutriria um sentimento de ódio pelo enteado e teria receio de ser preterida na divisão de bens do marido, caso Bernardo herdasse a clínica e os imóveis do pai. A polícia desconfia que o médico sabia do plano, apesar de Edelvânia declarar que Leandro desconhecia a intenção da mulher. 

Um relato da madrinha de Bernardo, Clarissa Oliveira, reforçaria a suspeita da polícia contra o médico. Em 14 de abril, às 16h, dia em que o corpo foi encontrado, ela relata que ficou impressionada com a “frieza” do pai do menino durante uma conversa. A madrinha começou a acreditar que Leandro tem envolvimento com o caso quando ouviu: “Tá, se acharem ele morto, daí a gente vê o que faz”. 

Clarissa observou que o médico falava do menino no passado enquanto ele estava desaparecido. O marido de Clarissa, Ary Ribeiro, contou que, enquanto ele e a mulher ficavam o dia inteiro nas redes sociais mobilizando as pessoas a divulgarem a foto de Bernardo e buscarem informações, o pai do menino estaria dormindo em casa. “Liguei duas vezes na segunda-feira (dia 7) e ele estava dormindo. Não consegui me controlar. Eu disse: ‘todo mundo está na rua atrás dele e tu estás dormindo em casa!”, relatou. 

O caso
Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, desapareceu no dia 4 de abril, em Três Passos (RS), após dizer ao pai que passaria o fim de semana na casa de um amigo. O corpo do garoto foi encontrado no dia 14 de abril, em Frederico Westphalen (RS), dentro de um saco plástico e enterrado às margens do Rio Mico. Na mesma noite, o pai, o médico Leandro Boldrini, a madrasta, Graciele Ugolini, e a assistente social Edelvânia Wirganovicz foram presos pela suspeita de envolvimento no crime. Segundo a Polícia Civil, o menino foi dopado antes de possivelmente ser morto com uma injeção letal.

 
Avó materna Jussara Uglione (C), 73 anos, deixa o Cemitério Municipal de Santa Maria (RS) após o enterro do neto Bernardo

 

 

 

Portal do Litoral PB

Com Terra 




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