Publicado em: 23 mar 2014

Paraíba agora tem duas cidades entre as 50 mais violentas do mundo

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Na Paraíba, João Pessoa não está mais sozinha na lista das 50 cidades mais violentas do mundo. Agora, tem a companhia da cidade de Campina Grande, a Rainha da Borborema. A capital, no entanto, é a maioral: é a nona colocada, e Campina, a 25ª.

O levantamento, divulgado na edição deste domingo, 23, pelo jornal O Globo, foi elaborado pela ONG mexicana Conselho Cidadão para Segurança Pública e Justiça Penal AC, com base nas informações mantidas pelos governos na Internet.

A companhia das demais capitais do Nordeste (à exceção de Teresina), se, por um lado, alivia o ego dos paraibanos, por outro, não, já que nenhum outro estado da região tem duas cidades ao mesmo tempo em lista tão dramática.

Mas, que o problema é nacional, isto é. O Brasil é o país com maior número de cidades no grupo das 50 mais violentas do mundo: 16 cidades. A curiosidade é que as duas maiores metrópoles, São Paulo e Rio não estão no ranking. Nem a capital Brasília.

Esse vai ser um tema a ser explorado tanto pelas oposições locais, nas pelejas pelos governos estaduais, quanto pela oposição nacional, na disputa pela Presidência da República. Natural que seja assim. É próprio da política.

E não haverá governador que faça oposição ao governo Dilma que não busque colocar a culpa no governo federal, esquecendo que o combate ao crime é feito diretamente pelos estados, através de suas polícias militares e civis. Quando não dão conta, são chamadas então a força federal e, até, as forças armadas.

Mas, para o bem da verdade, a culpa é generalizada e pode ser igualmente atribuída aos governos federal e estaduais. E a solução não deve ser apenas buscada na ação repressora do aparato armado.

A miséria, a falta de opções para a juventude, a má resolvida questão das drogas, o péssimo e mal conselheiro sistema prisional brasileiro, a lentidão da justiça, são algumas das causas da violência que não são atacadas devidamente.

Infelizmente, não há um mais longo histórico de levantamentos desse tipo que nos possa conduzir a uma avaliação de tipo comparativa mais longe na história da violência entre as cidades do Brasil e do mundo.

Ressalte-se, porém, e a bem da verdade, que o Brasil avançou muito no quesito inclusão social, nos últimos anos. O que tem de ser feito é aprofundar ainda mais esse processo inclusivo, com o propósito de sempre melhorar a distribuição de renda e de oportunidades a todos.

Quanto maior for a desigualdade de renda e de oportunidades em um país, mais campo será dado à opção pelo crime, fruto, o mais das vezes, do desamparo e da falta de Educação, Saúde, Transporte, Lazer, e outras necessidades humanas, assim.

Enfim, a questão das drogas, maior responsável por milhares de jovens mortos por dívidas nas mãos de traficantes. E certamente, a maior causa, em todas as regiões e cidades brasileiras, do aumento da criminalidade em níveis alarmantes, como tem acompanhado o botelhonoticias.blogspot.com.br.

Enquanto isto continuar ocorrendo, sem que se atente para uma política real de redução de danos, com a descriminalização das drogas, continuaremos enxugando gelo nessa luta, com o sacrifício crescente da juventude pobre brasileira, enquanto muita gente continua lucrando com isso.

 

Sérgio Botelho




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