Publicado em: 19 jun 2018

Mundo tem 68,5 milhões de pessoas deslocadas, maior número em 7 décadas, diz ONU

No final de 2017, 68,5 milhões de pessoas estavam forçadamente fora de suas regiões de origem em todo o mundo – a maioria como deslocados internos, dentro de seus próprios países, mas 25,4 milhões delas como refugiadas, que tiveram que buscar abrigo em outros países.

Este é o maior índice em sete décadas, desde a fundação do ACNUR, agência da ONU para o tema.

Segundo o mesmo órgão, 2,9 milhões de pessoas se tornaram refugiadas só em 2017, o maior número já registrado em um único ano.

Elas fizeram parte de um grupo de 16,2 milhões de deslocados, que no ano passado tiveram que deixar tudo para trás para escapar de guerras, perseguições, crises políticas e econômicas, desastres naturais e suas consequências.

Deslocados forçados no mundo em 2017

em milhões

refugiados: 25,4deslocados internamente: 40solicitantes de asilo ou refúgio: 3,1

deslocados internamente
40

Fonte: ACNUR/ONU

De acordo com o relatório anual Tendências Globais da agência, divulgado mundialmente nesta terça (19), véspera do Dia Mundial dos Refugiados, em comparação à população mundial, uma em cada 110 pessoas encontra-se hoje forçadamente fora das suas comunidades de origem.

Os números também indicam que 44,5 mil pessoas são forçadas a se deslocar diariamente – ou uma pessoa a cada dois segundos.

Refugiados

Entre os refugiados, a origem está concentrada em poucos países. Pouco mais de um quinto deles são palestinos e, entre os demais, dois terços vêm de cinco países, todos afetados por conflitos:

  • Síria (6,3 milhões)
  • Afeganistão (2,6 milhões)
  • Sudão do Sul (2,4 milhões)
  • Mianmar (1,2 milhões)
  • Somália (986.400)

 

Quanto à recepção, também são poucos os países que acolhem os refugiados. O que mais recebeu em 2017 continuou sendo a Turquia, com 3,5 milhões, em sua grande maioria sírios. Já em proporção à sua própria população, o Líbano lidera, uma vez que uma em cada seis pessoas no país atualmente é um refugiado.

Quando palestinos sob os cuidados da Agência da ONU de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), são incluídos na conta, no entanto, os números chegam a uma em cada quatro pessoas no Líbano e uma em cada três pessoas na Jordânia.

Família venezuelana relocada em abrigo no Jardim Floresta, no Brasil (Foto: UNHCR/Reynesson Damasceno)

 

Brasil

Ao final de 2017, 3,1 milhões de pessoas aguardavam resposta sobre pedidos de asilo ou refúgio em todo o planeta, cerca de metade delas em regiões em desenvolvimento – destes, 1,7 milhões eram pedidos feitos dentro desse ano.

A Venezuela se tornou o quarto país com mais solicitantes, com 111.600 registros, em contraste com os 34.200 do ano anterior.

O Brasil, com 17.900, foi o terceiro país a receber mais pedidos de refúgio de venezuelanos, atrás apenas do Peru (33.100) e dos Estados Unidos (30 mil). Incluindo solicitantes de outros países, porém, o Brasil tinha em 2017 85.700 pedidos pendentes, segundo a agência da ONU.

BBC Brasil

 




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