Publicado em: 13 jan 2020

MPPB denuncia Ricardo Coutinho e mais 34 pessoas dentro da Operação Calvário

O Ministério Público da Paraíba (MPPB) protocolou no Tribunal de Justiça, nesta segunda-feira (13), a sexta denúncia feita com base nas investigações da Operação Calvário. No documento, 35 agentes públicos, empresários e operadores financeiros são acusados de formarem uma organização que cometeu crimes como corrupção e lavagem de dinheiro, através das atividades de organizações sociais (OSs) na saúde e educação do estado.

A denúncia foi elaborada pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) e a Comissão de Combate aos Crimes de Responsabilidade e a Improbidade Administrativa (Ccrimp).

O documento elaborado pelo MPPB, aponta que o grupo agia de forma corrupta nos bastidores dos poderes Executivo e Legislativo da Paraíba. As atividades da organização teriam sido intensificadas com a eleição de Ricardo Coutinho, preso na 7ª fase da Operação Calvário, ao Governo do Estado.

Conforme a denúncia, a organização criminosa atuava em três núcleos: político, administrativo e financeiro operacional.

Integravam o núcleo político os seguintes denunciados:

  • Ricardo Vieira Coutinho – ex-governador da Paraíba
  • Estelizabel Bezerra de Souza – deputada estadual
  • Maria Aparecida Ramos de Meneses – ex-secretária de estado
  • Márcia de Figueiredo Lucena Lira – prefeita do Conde

Faziam parte do núcleo administrativo os seguintes denunciados:

  • Waldson Dias de Souza – ex-secretário de planejamento, orçamento e gestão da Paraíba
  • Gilberto Carneiro da Gama – ex-procurador geral da Paraíba
  • Coriolano Coutinho – irmão de Ricardo Coutinho
  • José Edvaldo Rosas – ex-presidente do PSB-PB
  • Cláudia Luciana de Sousa Mascena Veras – ex-secretária de Saúde da Paraíba
  • Aracilba Alves da Rocha – ex-secretária de Finanças e Fazenda da Paraíba
  • Livânia Maria da Silva Farias – ex-secretária de administração do Estado
  • Ivan Burity de Almeida – ex-secretário de Turismo da Paraíba

Ainda estão sendo denunciados como integrantes do núcleo financeiro operacional da organização:

  • Francisco das Chagas Ferreira – pessoa ligada à Waldson de Souza
  • Ney Robinson Suassuna – ex-senador da Paraíba
  • Geo Luiz de Souza Fontes – motorista de Gilberto Carneiro
  • Bruno Miguel Teixeira de Avelar Pereira Caldas – pessoa ligada à Waldson de Souza
  • Jair Éder Araújo Pessoa Júnior – sobrinho de Edvaldo Rosas
  • Raquel Vieira Coutinho – irmã de Ricardo Coutinho
  • Benny Pereira de Lima – pessoa ligada à Coriolano Coutinho
  • Breno Dornelles Pahim Filho – pessoa ligada à família Coutinho
  • Breno Dornelles Pahim Neto – pessoa ligada à família Coutinho
  • Denise Krummenauer Pahim – pessoa ligada à família Coutinho
  • Saulo Pereira Fernandes
  • Keydison Samuel de Sousa Santiago
  • Maurício Rocha Neves
  • Leandro Nunes Azevedo – pessoa ligada à Livânia Farias
  • Maria Laura Caldas de Almeida Carneiro
  • Daniel Gomes da Silva – ex-dirigente da Cruz Vermelha
  • David Clemente Monteiro Correia
  • José Arthur Viana Teixeira – ex-secretário de Educação da Paraíba
  • Vladimir dos Santos Neiva
  • Valdemar Ábila
  • Márcio Nogueira Vignoli
  • Hilário Ananias Queiroz Nogueira
  • Jardel da Silva Aderico

Operação Calvário

A Operação Calvário foi desencadeada em dezembro de 2018 com o objetivo de desarticular uma organização criminosa infiltrada na Cruz Vermelha Brasileira, filial do Rio Grande do Sul, além de outros órgãos governamentais.

A investigação identificou que a organização criminosa teve acesso a mais de R$ 1,1 bilhão em recursos públicos, para a gestão de unidades de saúde em várias unidades da federação, no período entre julho de 2011 até dezembro de 2018.

O que dizem os citados

O ex-governador Ricardo Coutinho declarou “que jamais seria possível um Estado ser governado por uma associação criminosa e ter vivenciado os investimentos e avanços nas obras e políticas sociais nunca antes registrados”, diz em nota.

O advogado da deputada Cida Ramos, Getúlio de Souza, afirmou deputada está muito tranquila no que tange a essa fase da operação. E quantas e quantas vezes ela for solicitada, ela irá colaborar com a Justiça, até porque ela não tem nada a esconder”, afirmou.

Em nota, a prefeita do Conde, Márcia Lucena, disse que está à disposição da Justiça para elucidar os fatos.

O advogado Francisco das Chagas Ferreira informou que está tranquilo quanto aos indícios que se referem a ele. “Nunca recebi um centavo que não tenha sido pela prestação dos meus serviços. Nunca fui sócio oculto de ninguém. Confesso que estou surpreso, mas acredito que a Justiça e o Ministério Público fazem o trabalho correto de investigar. Por isso, me apresentarei com tranquilidade e com a certeza de que provarei a minha total inocência”, disse em nota.

G1




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