Publicado em: 14 nov 2013

Mãe de Manoel Matos afirma que policiais da Paraiba participaram do assassinato em Pitimbu

Nair ÁvilaA mãe do líder político e vice-presidente do PT pernambucano, Manoel Matos, concedeu entrevista coletiva nesta quinta-feira (14) para tratar do caso, que será julgado na próxima segunda-feira (18), na 2ª Vara Federal, no Fórum Juiz Federal Juiz Lindalvo Costa, em João Pessoa. Manoel Matos foi assassinado a tiros na cidade de Pitimbu, no litoral sul paraibano no dia 24 de janeiro de 2009.

Na entrevista, Nair Ávila dos Anjos, contou o que teria motivado a morte do político, que além de dirigente partidário também foi assessor jurídico do deputado Fernando Ferro e também o vereador mais votado em Itambé, e afirmou que existe entre os apontados pelo crime pessoas ligadas a polícia paraibana.

“Ele foi vendo que existiam muitas pessoas que estavam sendo exterminadas e que não tinha solução para o caso. Como defensor dos direitos humanos da OAB-PE, ele começou a fazer um apanhado juntamente com a promotora da cidade na época. Então ele viu que tinha mais de duzentos casos sem solução. Ele ficou impressionado e fez um dossiê com as descobertas sobre grupo de extermínio denunciando as pessoas que integrava esse grupo de extermínio e isso causou certa antipatia naqueles que faziam o mal a cidade”, disse Nair não citando nomes, mas garantindo que sabe de onde partiu a ordem para matar seu filho. “Tudo ele me contava”, afirmou.
Nair Ávila disse que o seu filho chegou a contar que sofria ameaças de morte e falou também da federalização do caso. “Eu tive a oportunidade de ser visitada pelo presidente Lula e cheguei a ir várias vezes a Brasília. Lá fiz amizades com pessoas ligadas a meu filho e consegui chegar onde eu queria, que era a federalização. Porque, para mim, a federal ela é isenta. Espero que, como trabalho da federal, seja feita Justiça”, afirmou. A mãe do líder político contou que, por causa do seu engajamento no caso, a sua vida tem sido uma “prisão domiciliar” porque onde ela vai está sempre acompanhada de seguranças.

“Como vocês estão vendo, eu estou com seis homens da polícia fazendo minha escolta. Isto acontece todas as vezes que eu viajo. Não é fácil, perdi minha liberdade. Perdi meu filho e também a liberdade”, declarou.

No inicio da entrevista, bastante emocionada, Nair Ávila contou quais foram às últimas palavras que ouviu do filho antes do homicídio. “No dia anterior da morte dele, ele passou à tarde comigo e as últimas palavras que eu ouvi do meu filho foi: Mainha, o que eu sou eu devo a senhora. Então todas as vezes que eu me lembro dessas palavrinhas dele, me dar força para continuar”, afirmou

Já para finalizar a coletiva, Nair deixou para os repórteres o que, segundo ela, foram as últimas palavras de seu filho em discurso político durante um comício: “O sofrimento de hoje servirão de combustível para as últimas vitórias”, encerrou.
Roberto Targino – MaisPB




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