Publicado em: 4 jan 2017

Empresária morta após lipo se queixou para a mãe

A mãe da empresária Michelle de Souza Pires, de 30 anos, que morreu após passar por cirurgias plásticas de abdominoplastia e lipoaspiração, prestou depoimento à Polícia Civil na terça-feira (3), em Goiânia. No 13º Distrito Policial, Cleide de Souza acusou os médicos responsáveis pelo procedimento de negligência e entregou áudios que recebeu da filha reclamando de dores após as operações.

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Em um dos registros, Michelle afirma que está dolorida e passando muito mal. “O ruim é que eu não posso nem me mexer na cama e vomitei umas 20 vezes”, diz. A empresária também reclamou de dores localizadas. “Estou só com uma dor do braço do lado direito e umas dorzinhas nos dois pés. Mas nos pés eu não sei por que não. A do braço deve ser porque a medicação foi tudo no braço”, completa.

Cleide também fez vídeos que mostram a filha deitada em uma cama com vários hematomas nos braços. Michelle morreu no último dia 27 de novembro cerca de 36 horas após ser operada. Ela morava em Morrinhos, no sul do estado, e veio à capital para fazer o procedimento no Hospital Buriti, no Parque Amazônia.

A mãe da vítima acredita que a morte poderia ter sido evitada se o cirurgião plástico Pablo Rassi, que realizou as cirurgias, tivesse dado suporte à paciente. “Acho que houve negligência na parte de ele estar em contato com ela. Porque nós tentamos ligar para ele por várias vezes, mas ele não atendeu ao telefone”, lamenta.

De acordo com a certidão de óbito, a mulher foi vítima de um tromboembolismo pulmonar, que é um problema causado por um coágulo que se forma nas veias e entope a artéria do pulmão.

Investigação
De acordo com o delegado Manoel Borges, responsável pelo caso, o depoimento da mãe de Michelle trouxe elementos novos para a investigação. Ele afirmou que as condições clínicas da paciente antes dos processos cirúrgicos serão analisadas por médicos peritos.

“São informações que vão subsidiar nosso trabalho. Por exemplo, nós não sabíamos que ela tinha um quadro anêmico. Isso reflete na investigação. A mãe nos trouxe ainda que foi feito um enxerto de gordura nas nádegas e isso será analisado”, explicou.

O socorrista que atendeu Michelle e a ex-cunhada dela, que é enfermeira e a acompanhou antes e depois das cirurgias, também serão ouvidos pela polícia.

A TV Anhanguera tentou falar com o advogado do médico, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.

No entanto, durante depoimento no dia 22 de dezembro, o médico afirmou que não houve qualquer tipo de problema na operação. Na ocasião, o advogado de Rassi, José Antônio Domingues disse que o caso se trata de uma “fatalidade”.

Com G1



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