Publicado em: 20 jul 2015

Cunha anuncia cisão com o PT

Cunha anuncia cisão com o PT
 
Após o encerramento das eleições de 2014, os partidos políticos juntaram os cacos e começaram a pensar nos próximos passos. O PT saiu vitorioso, mas enfraquecido. A unanimidade de outrora não mais se constatou na opinião do cidadão. O outro ente da chave presidencial, o PMDB, decidiu que não queria se queimar no incêndio dos ‘companheiros’. Desse modo, logo no primeiro ano de mandato, a dobradinha começa a rachar.
A situação entre as duas legendas mostrou-se tensa ao longo do primeiro semestre de 2015. E tende a piorar. Na última quarta-feira, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciou a ruptura gradual de seu relacionamento com o PT. A decisão é política e pessoal e não representa a posição institucional do partido – ainda. A luta do deputado, a partir de agora, será convencer as instâncias decisórias da sigla para que o divórcio seja geral.
No início deste ano, em propaganda televisiva, o PMDB já havia insinuado o rompimento. A pretensão é lançar candidato próprio em 2018. Nomes? Apenas dois pretensos: o próprio Cunha e Renan Calheiros (PMDB-AL). Finalmente, a principal oposição ao atual governo se assume – oficialmente. No momento, entretanto, somente o presidente da Câmara mostrou coragem para seguir seu coração. Resta saber como será o relacionamento entre Dilma Rousseff e o Congresso daqui para frente. Ainda mais tempestuoso, no mínimo.
Cunha criticou uma suposta “devassa fiscal” advinda do Planalto e que existe “um bando de aloprados” na presidência trabalhando fragilizá-lo na posição que ocupa. Segundo o deputado, a denúncia do delator Julio Camargo, na Lava-Jato, é uma tentativa de incriminá-lo. Julio, à época consultor de uma das empresas investigadas, delatou que entregou pessoalmente US$ 5 milhões a Cunha para que os parlamentares abafassem uma averiguação sobre contratos assinados no bojo do esquema de corrupção.
Destarte, essa discussão entre PT e PMDB prejudica as pessoas comuns. Muitos vetos têm interesse partidário e não social. Há discordâncias verdadeiras também, algo genuíno da democracia. Enquanto isso, o país está à deriva. Não há voz confiável que dê esperanças de um futuro melhor à nação. Faltam-nos líderes, embora sobrem políticos. Os encargos são muitos, os direitos se esfacelam, os serviços não funcionam. Para mudar alguma coisa, vai levar muito tempo. Aguardemos os próximos episódios.



Acompanhe as notícias do Portal do Litoral PB pelas redes sociais: Facebook e Twitter

O que achou? Comente...