Cartaxo cria Orquestra Sinfônica de JP e diz que Festival Internacional atrairá turistas antes da alta estação
O prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PT), anunciou nesta quinta-feira (28) a criação da Orquestra Sinfônica de João Pessoa. O anúncio foi feito durante a coletiva para dar detalhes sobre o Festival Internacional de Música Clássica que acontece de 01/12 a 07/12. “Nós estamos resgatando e fortalecendo a tradição da música clássica em João Pessoa. Criando a Orquestra Sinfônica Municipal”, argumentou o prefeito.
Cartaxo lembrou que poucas cidades no Brasil tem a oportunidade de ter a sua orquestra Sinfônica Municipal e frisou a tradição de música clássica da capital vivida há cerca de 20 anos durante a gestão do governador Tarcísio Burity. “Essa realidade ficou algo adormecido, mas nunca morta. E a partir de agora, com esse ressurgimento, eu tenho a compreensão que João Pessoa vai ganhar muito com isso, criando e fortalecendo um pólo de música clássica no Nordeste”, pontuou.
No entender do prefeito, apesar da cidade ter uma cultura popular muito forte, com as festas de São João e Carnaval, com eventos que acontecem no calendário da cidade durante o ano todo, estava faltando fazer o resgate em relação a música clássica.
O Festival – “Esse evento vem também para que a gente troque experiência da música paraibana com o resto do mundo. Teremos oito países sendo representados neste Festival Internacional”, contou.
Para Maurício Burity, o evento será uma oportunidade para difundir a música clássica na Capital. “Este gênero atinge pessoas de todas as idades e também dos mais diversos gostos musicais. O Festival vai contribuir na formação do gosto e na apresentação da música erudita para a cidade. É um evento complexo e que vai criar uma identidade com a população e com a cidade”, afirmou.
Entre os músicos presentes na coletiva estivam a pianista ucraniana Ana Federova, o violoncelista holandês Fred Pot, a violoncelista brasileira Ana Maria Chamorro, o violinista holandês Alberto Johnson, e o pianista brasileiro Paulo Gazzaneo, além do maestro Laércio Diniz, da Orquestra Sinfônica Municipal de João Pessoa.
Política Turística – O alcaide explicou que um dos objetivos do Festival é consolidar um festival no verão, em contrapartida a um outro festival que existe na cidade de Campos do Jordão no inverno.
“Nós estamos fazendo um projeto ousado que é a marca do nosso governo, a inovação, de fazer um projeto de música clássica no verão. Como foi colocado pelos diversos músicos já presentes em João Pessoa. Todo o festival tem a sua característica própria e identidade e eu tenho certeza que o da Capital terá um grande sucesso, até porque ele é diferenciado. Vai acontecer nas igrejas barrocas, no período natalino com a cidade iluminada”, defendeu.
O prefeito ainda argumentou que o festival deve fortalecer a política turística na pré alta estação que acontece depois da primeira quinzena de dezembro. “Estamos puxando esse festival do dia 01 ao dia 07 exatamente para que a gente possa atrair mais cedo o turista para João Pessoa.
Expectativas – A pianista Ana Federova falou sobre a emoção de estar pela primeira vez no Brasil e o sentimento de participar do evento. “Estou adorando tudo no País e ainda mais por ser um festival, o que traz um clima muito agradável por trazer a oportunidade de fazer música junto a outros grandes instrumentistas. Cada festival é diferente do outro e estou ansiosa para o início”, afirmou.
Já o pianista Alberto Jhonson, destacou que a experiência de participar de um evento como este marca a vida do músico e do público para a vida toda. “São momentos incríveis e que enriquecem muito todos os presentes pela troca que sempre acontece. Acredito que o público de João Pessoa vai poder aproveitar muito o Festival”, apostou.
Ambientação – Um dos temas destacados na coletiva foi a escolha de igrejas históricas para receber a maioria das apresentações. “Trata-se de uma escolha estética, já que grande parte deste repertório foi criado e tocado dentro de catedrais históricas”, explicou o maestro Laércio Diniz. “Foi uma escolha estética e também técnica, já que costumam apresentar uma acústica muito boa que favorece a música”, destacou.
Ana Federova acredita que as igrejas trazem uma atmosfera maravilhosa para a execução de peças clássicas. “O ambiente antigo realmente cria uma conexão imediata do público com as canções e, por isso, a experiência é sempre especial. Eu me sinto muito bem tocando em ambientes como este”, revelou.
Orquestra Sinfônica – O maestro Laércio Diniz ainda falou sobre a criação da Orquestra Sinfônica de João Pessoa, que foi recentemente instituída pelo prefeito Luciano Cartaxo. “Criar uma orquestra é um ato muito difícil e de extrema coragem, principalmente em um momento em que o mundo fecha as portas para a cultura. Aqui o risco foi ainda maior por isto estar aliado à realização do Festival. O que esperamos é que estes atos possam refletir a tradição clássica que existe em João Pessoa”, afirmou o maestro.
A Abertura – O I Festival Internacional de Música Clássica de João Pessoa acontece de 1º a 7 de dezembro. A abertura será realizada no Adro da Igreja São Francisco. Durante todo o Festival, diversas igrejas da Capital, a exemplo da Igreja da Misericórdia, 1ª Igreja Batista e Mosteiro de São Bento, vão receber músicos renomados de todo o mundo Holanda, Bélgica, Estados Unidos, Austrália, Rússia, Prússia, Argentina e Alemanha.
Masterclasses – No período de realização do Festival, estudantes de música e artistas locais poderão ter contato com os músicos convidados. Isso acontecerá por meio das masterclasses, que acontecerão no período da manhã e vão possibilitar a troca de experiências e a propagação do conhecimento na área. As aulas serão realizadas na Sala Radegundis Feitosa, no Departamento de Música da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
Conheça os músicos convidados:
— Alberto Jonhson – Violino (Brasil/Holanda)
— Pamela Kubik – Violino (Argentina)
— Nathan Olson – Violino (USA)
— Laurens Otto – Trompa (Holanda)
— James Aylward – Fagote (Austrália)
— Ana Chamorro – Violoncelo (Brasil)
— Fred Pot – Violoncelo (Holanda)
— Anna Federova – Piano (Ucrânia)
— Kerstin Kendler – Violino (Alemanha)
— Samuel Espinoza – Viola (Brasil-Chile)
— Eduardo Olloqui – Oboé (Espanha)
— Paulo Alvares – Piano (Brasil)
— Barbara Deleu – Flauta (Bélgica)
— André Kever – Clarinete (Holanda)
— Igor Bobylev – Viola (Ucrânia)
— Laércio Diniz – Maestro (Brasil)
Paulo Dantas/Fernando Braz
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