Publicado em: 30 jun 2020

Carlos Alberto Decotelli pede demissão e deixa Ministério da Educação após uma semana no cargo

O professor Carlos Alberto Decotelli não é mais ministro da Educação. Ele encontrou o presidente Jair Bolsonaro na tarde desta terça-feira e pediu demissão. O ex-ministro conversou com Bolsonaro, que aceitou o pedido. Decotelli teve uma passagem relâmpago pelo MEC, ficando no cargo menos de uma semana. A repercussão de informações falsas incluídas em seu currículo e a acusação de plágio em sua dissertação de mestrado tornaram sua permanência no cargo insustentável.

Anderson Correia, ex-presidente da Capes e atual reitor do ITA, é um dos nomes que ganhou força, nesta terça-feira, para ocupar o posto deixado por Decotelli. Além da decisão do presidente, o atual reitor do ITA aguardaria também um aval do Ministério da Defesa para deixar seu cargo no ITA e comandar o MEC.

No final da tarde de segunda-feira, o ex-ministro se reuniu com o presidente e, após a conversa, disse que continuava no cargo. Apesar disso, desde ontem, Bolsonaro estudava nomes para substituí-lo. A situação de Decotelli ficou ainda mais crítica com a divulgação de uma nota pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) negando que ele tenha sido professor das escolas da instituição. Segundo a fundação, ele atuou como professor colaborador “apenas nos cursos de educação continuada, nos programas de formação de executivos”.

Em entrevista à CNN, nesta tarde, Decotelli confirmou a informação antecipada pelo GLOBO de que a nota divulgada pela FGV pesou na decisão do presidente.

— O projeto foi questionado pela minha inconsistência curricular. Inconsistências estas que no mundo acadêmico são explicáveis, são citações. Mas a destruição da continuidade veio pelo fato da construção fake da Fundação Getúlio Vargas divulgar que eu nunca fui professor da FGV —  afirmou Decotelli. —  Esta informação divulgada pela FGV, fez com que o presidente me chamasse e dissesse ‘se até a Fundação Getúlio Vargas, onde o senhor trabalha há 40 anos ministrando curso para seus alunos e tem seu nome impresso no certificado, está negando que o senhor é professor, então é impossível o governo continuar sendo questionado sobre as inconsistências no seu currículo.

O professor Carlos Alberto Decotelli durante pronunciamento em audiência pública da Comissão de Educação do Senado, em fevereiro de 2019, quando era presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Nomeado ministro da Educação em 25 de junho, Decotelli pediu demissão nesta terça-feira (30) Foto: Geraldo Magela / Agência Senado
O professor Carlos Alberto Decotelli durante pronunciamento em audiência pública da Comissão de Educação do Senado, em fevereiro de 2019, quando era presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Nomeado ministro da Educação em 25 de junho, Decotelli pediu demissão nesta terça-feira (30) Foto: Geraldo Magela / Agência Senado
Carlos Decotelli explica polêmicas sobre seu currículo. Professor teve uma passagem relâmpago pelo MEC, ficando no cargo menos de uma semana devido à repercussão de informações falsas incluídas em seu currículo e a acusação de plágio em sua dissertação de mestrado Foto: Reprodução
Carlos Decotelli explica polêmicas sobre seu currículo. Professor teve uma passagem relâmpago pelo MEC, ficando no cargo menos de uma semana devido à repercussão de informações falsas incluídas em seu currículo e a acusação de plágio em sua dissertação de mestrado Foto: Reprodução

Nesta terça-feira, os nomes de Sergio Sant’Ana, ex-assessor de Weintraub, e Ilona Becskeházy, atual secretária de Educação Básica, também continuam circulando como opções para substituir o ministro. Ambos têm o apoio da ala olavista do governo. Além deles, na tarde desta terça, o nome de Gilberto Garcia também começou a circular como opção. Garcia é frei franciscano e já foi membro do Conselho Nacional de Educação (CNE). O professor teria sido indicado por Antônio Veronezi, empresário do setor privado e próximo a Onyx Lorenzoni e ao ex-ministro Abraham Weintraub.

Em entrevista à CNN, nesta tarde, Decotelli confirmou a informação antecipada pelo GLOBO de que a nota divulgada pela FGV pesou na decisão do presidente.

— O projeto foi questionado pela minha inconsistência curricular. Inconsistências estas que no mundo acadêmico são explicáveis, são citações. Mas a destruição da continuidade veio pelo fato da construção fake da Fundação Getúlio Vargas divulgar que eu nunca fui professor da FGV —  afirmou Decotelli. —  Esta informação divulgada pela FGV, fez com que o presidente me chamasse e dissesse ‘se até a Fundação Getúlio Vargas, onde o senhor trabalha há 40 anos ministrando curso para seus alunos e tem seu nome impresso no certificado, está negando que o senhor é professor, então é impossível o governo continuar sendo questionado sobre as inconsistências no seu currículo.’

Outros nomes também estão entre os cotados para o MEC: Antônio Freitas, membro do CNE; Marcus Vinícius Rodrigues, ex-presidente do Inep; Benedito Aguiar, atual presidente da Capes.

Globo




Acompanhe as notícias do Portal do Litoral PB pelas redes sociais: Facebook e Twitter

O que achou? Comente...