Publicado em: 20 dez 2014

Brasileiro Gabriel Medina fatura título mundial de surf e entra para história

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É fantástico. Eu não sei exatamente o que dizer. Eu quero agradecer Alejo por me ajudar. Eu amo essa torcida. Eu quero muito celebrar com todas essas pessoas, com meu pai e minha mãe. Eu sonhava com isso e agora virou realidade – afirmou Gabriel, que abandonou a bateria dele de quartas de final contra o compatriota Filipe Toledo para comemorar o título, mas depois voltou para a água quando faltavam pouco mais de dez minutos para o fim e, mesmo assim, o novo campeão acabou levando a melhor por 4,30 a 3,27 e avançou à semifinal em Pipeline.

Mesmo depois de comemorar bastante e se emocionar, Gabriel voltou para a água, conseguiu chegar na grande final em Pipeline e ser vice-campeão. Foi uma decisão épica e decidida nos últimos segundos. O novo campeão mundo ainda tirou uma nota 10 – o único da etapa -, em tubo perfeito de backside, na final contra o australiano Julian Wilson. Porém, ele acabou levando a virada na última onda do oponente e perdeu por 19,63 a 19,20 na decisão da valorizada e derradeira etapa. Seria a quarta vitória de Gabriel em 11 etapas da temporada 2014, Gabriel, levou o troféu na Gold Coast (AUS), nas Ilhas Fiji e em Teahupoo, no Taiti. Com o vice em Pipe, Gabriel fechou o WCT no topo com 62.800 pontos, contra 55.350 do vice-campeão, Fanning.

Contra o australiano Josh Kerr, Medina brilhou mais uma vez e se classificou para a grande final com vitória por 13,60 a 9,43. O adversário é o também “aussie” Julian Wilson.

Ninguém foi mais competente e magistral do que Gabriel nesta temporada. Ele assombrou gigantes e lendas do esporte, ganhou toneladas de experiência, lidou com pressão, superou limites e venceu três importantes etapas (Gold Coast, Fiji e Teahupoo). Ainda aos 20 anos, aquele garoto travesso que apenas queria se divertir em Maresias, no litoral paulista, provou que pode sim ser considerado um fenômeno. Passou pelos últimos obstáculos no Havaí e escreveu o seu nome na história com o título inédito, igualando o recorde de Kelly Slater, que conquistou o primeiro de seus 11 canecos com a mesma idade do brasileiro.

A bateria que poderia dar o título mundial a Gabriel Medina começou com o mar mexido e poucas ondas de alta qualidade. Número 29 do ranking mundial, Alejo Muniz se posicionou ao lado do vice-líder, Mick Fanning, para tentar dar o bote na hora certa e dropar uma boa onda. O tricampeão mundial saiu na frente com uma pequena nota 1,43 e o catarinense respondeu com um 1,03. Depois, nos outros primeiros 15 minutos de bateria, ambos não conseguiram encontrar boas ondas para aumentar os seus somatórios.

Gabriel Medina, comemoração, surfe Pipeline (Foto: Pedro Gomes Photography)
Gabriel Medina vibra na areia de Pipeline, cercado de torcedores e amigos (Foto: Pedro Gomes Photography)

Na segunda metade de bateria, o marasmo do mar continuava atrapalhando os dois competidores. De um lado, Alejo lutava por ele, já que precisa de um grande resultado para continuar no WCT em 2015, e pela nação brasileira, que ele escolheu para defender. A vontade do argentino criado em Bombinhas (SC) prevaleceu e ele conseguiu surfar uma boa direita para Backdoor para tirar nota 5,50, somar 6,53 pontos e deixar Mick precisando de um 5,27 para virar a bateria e impedir que Medina fosse campeão mundial mesmo fora da água. Os minutos foram passando e nada de onda aparecer. Ótimo para Alejo, ótimo para Medina, ótimo para o Brasil! Acabou o tabu: um brasileiro é campeão mundial de surfe na elite do esporte.

BATERIAS DA TERCEIRA FASE

1.John John Florence (HAV) 16,33 x Adam Melling (AUS) 12,16
2. Owen Wright (AUS) 12,20 x Fred Patacchia (HAV) 11,17
3. Michel Bourez (TAH) 9,67 x Matt Wilkinson (AUS) 7,00
4. Josh Kerr (AUS) 10,50 x Jadson André (BRA) 7,87
5. Miguel Pupo (BRA) 5,17 x Filipe Toledo (BRA) 12,17
6. Gabriel Medina (BRA) 17,66 x Dusty Payne (HAV) 11,84
7. Kolohe Andino (EUA) 1,40 x Julian Wilson (AUS) 9,40
8. Bede Durbidge (AUS) 1,33 x Adrian Buchan (AUS) 11,53
9. Mick Fanning (AUS) 10,84 x Jeremy Flores (FRA) 7,67
10. Joel Parkinson (AUS) 6,76 x Sebastien Zietz (HAV) 8,93
11. Nat Young (EUA) 9,44 x Kai Otton (AUS) 10,67
12. Kelly Slater (EUA) 13,10 x Alejo Muniz (BRA) 15,50

BATERIAS DA QUARTA FASE

1. John John Florence (HAV) 6,74 x Owen Wright (AUS) 3,87 x Michel Bourez (TAH) 6,40
2. Josh Kerr (AUS) 4,97 x Filipe Toledo (BRA) 15,23 x Gabriel Medina (BRA)15,67
3. Julian Wilson (AUS) 6,43 x Adrian Buchan (AUS) 6,86 x Mick Fanning (AUS) 6,47
4. Sebastien Zietz (HAV) 4,54 x Kai Otton (AUS) 7,06 x Alejo Muniz (BRA) 6,43

BATERIAS DA QUINTA FASE

1. Filipe Toledo (BRA) 14,66 x Owen Wright (AUS) 3,8
2. Michel Bourez (TAH) 7,00 x Josh Kerr (AUS) 14,00
3. Mick Fanning (AUS) 2,44 x Alejo Muniz (BRA) 6,53
4. Sebastien Zietz (HAV) 10,34 x Julian Wilson (AUS) 17,46

BATERIAS DE QUARTAS DE FINAL

1. Gabriel Medina (BRA) 4,30 x Filipe Toledo (BRA) 3,27
2. John John Florence (HAV) 4,04 x Josh Kerr (AUS) 6,00
3. Adrian Buchan (AUS) 12,17 x Alejo Muniz (BRA) 3,77
4. Kai Otton (AUS) 2,77 x 17,83 Julian Wilson (AUS)

BATERIAS DE SEMIFINAL

1. Gabriel Medina (BRA) 13,60 x 9,43 Josh Kerr (AUS)
2. Adrian Buchan (AUS) 3,17 x Julian Wilson (AUS) 13,16

FINAL

Gabriel Medina (BRA) 19,20 x Julian Wilson (AUS) 19,63




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